segunda-feira

CAMINHOS DO SHOW

PITACOS DA CRUG

A Arena Anhembi, é um espaço para eventos, mas na nossa modesta opinião, não é uma Arena para shows. Longe de tudo. Acesso ruim para quem depende de transporte público e não tem recurso para bancar um táxi. Detalhe que parece escapar a observação de organizadores de entretenimento que, acabam priorizando aqueles que possuem a “tal condição” e do Poder Público. O local não presta nenhum conforto para o público, nem privilegia a visão, principalmente, quando o material usado para divisão das pistas comete a gafe de tampar a visão de quem está na “pista comum” e não pagou barato por isso. 



É a feira da barganha, do lucro que obriga o público que paga preços abusivos nos ingressos, mesmo sem ser levado em consideração o seu direito ao conforto, ou seja, no local e o de ir e vir, com transporte público próximo, principalmente, na saída, quando o horário do término de shows determina quantos vão dormir na rua a espera dos ônibus “negreiros” ou da abertura dos portões do metrô. Ser obrigado a jogar seu lanche, bolachas, biscoitos, doces, até o guarda-chuva, tudo fora antes de entrar, e só consumir o que tiver dentro da Arena. Que tal refletir! Pode ser que o dono do lanche e da bolacha não tenha o “extra” no bolso pra consumir, mesmo assim, o dele foi parar no lixo. E aí?
É triste imaginar que possa haver “conchaves” entre os envolvidos na realização de um evento na escolha da banda de abertura – as novatas que almejam a oportunidade de tocar diante de milhares de pessoas – porque o resultado é sempre o mesmo: público estarrecido com a péssima qualidade da escolha. Triste, porque o underground do rock brazuca sempre foi rico o bastante pra marcar presença, basta garimpar com mais vontade e respeito por ambos. Para que foi mesmo o tal concurso? Alavancar quem? Alguém sabe o nome da banda que abriu? Triste!


Dessa vez não podemos falar do som, mas quanto ao resto, continuamos batendo na mesma tecla: por que preços cada vez mais salgados inaplicáveis num país onde o salário mínimo é de R$ 678,00 reais? Por que só no Brasil se fixou e expandiu a famigerada e tão extorquista “Pista Premium” ou “Vip”, que não privilegia, necessariamente o fã, mas quem pode pagar mais? Quando quem organiza pensará num planejamento estrutural que também inclua conversa com prefeitura para que o transporte nesse dia tenha deslocamento e horários diferenciados para segurança de todos que querem se divertir, mas também, voltar para casa? Quando arenas para shows serão realmente projetadas de forma a pensar na qualidade do que se oferece, e não na quantidade do que se pode arrecadar? Quando a tecnologia vista no palco vai servir também aquele que o privilegia, ou seja, o público? Oferecendo a ele conforto, segurança e respeito? Quando?

Fica aqui nossos respeitos à organização e uma gratidão enorme ao GREEN DAY que nos fez através da música esquecer um pouco tudo isso.










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