AGENDA ROCK LOTADA
A rota do rock no Brasil está mais aquecida do que nunca. Shows esgotados mesmo com ingressos caros
Com exceção da inauguração
da Arena Allianz Parque – antigo Estádio do Palmeiras –, outros espaços já
conhecidos como rota de shows em São Paulo e em outras cidades do Brasil estão
com suas agendas cheias neste semestre. Do pop ao metal, turnês de diferentes vertentes
do rock pousarão por aqui nos próximos meses. Pra quem já garantiu o ingresso e
para os que ainda sonham com ele, segue agenda que está fechando o ano.
AGENDA SÃO PAULO
(ex-vocalista do Supertramp)
Espaço das Américas
02/11/14 –
Echo & The Bunnymen –
HSBC Brasil
Echo & The Bunnymen –
HSBC Brasil
14/11/14 – Artic Monkeys
abertura The Hives – Arena Anhembi
16/11/14 – The Hives –
Cine Joia
21/11/14 – Kansas –
HSBC
Brasil
25 e 26/11/14 – Paul
McCartney
Allianz Parque
27/11/14 – Jake Bugg –
Citibank Hall
PITACOS DA CRUG
Money for Nothing?
No
segundo semestre, pelo menos de 2 a 3 shows internacionais a cada mês até o
final do ano farão parte da agenda rock.
Bom para os fãs que podem
escolher o que querem ver, certo? Não. Não é bem assim. A oferta nem sempre é
maior do que a procura. E, ainda, tem o fator ingresso. Desde que o rock saiu
da garagem para invadir Estádios e Arenas ao redor do mundo entrou para o “mainstream”, tornou-se um grande
negócio, e isso, influenciou diretamente o preço dos ingressos. Hoje, os
tickets – ingressos –, são verdadeiro sonho de consumo, objeto de desejo conquistado
com euforia por alguns, inacessível a outros e disputados por todos na
concorrência com “cambistas”. A evolução dos negócios também fez surgir um novo
cenário de venda de ingressos: antecipados para associados, portadores de
cartões especiais, por lotes, cartões débito e crédito à vista ou parcelado e,
por fim, em dinheiro. Essa contramão de preços elevados versus facilidades veio
com um novo público. Somaram-se ao visual despojado da camiseta de banda, do
jeans rasgado, da camisa xadrez, do lenço na cabeça, do coturno ou do velho
tênis do roqueiro tradicional os “poses” ou “modistas do rock”. Com
mais poder aquisitivo, bem vestidos, articulados, geralmente, ocupam as
novas Áreas Premium; podem não ser fãs de carteirinha, mas apreciam
bons shows. Dá pra dizer que a profissionalização do mercado de entretenimento transformou os shows em “Mega shows” rachando o público ao meio e abocanhando uma boa fatia do bolo ao qual o roqueiro de épocas
mais “românticas” tinha acesso. É claro que muito se ganhou, a tecnologia, a conectividade e as novas mídias favorecendo a interatividade e ao show business. Mas também é certo que muito se perdeu. A
essência do rock: a atitude, o estilo de vida, a postura, a representação do
underground pelos fanzines e as pequenas edições, o som da garagem. Enfim, "business is business", sempre há um preço a se pagar pela evolução. Nesse caso, o tênis e o jeans perderam espaço para o
salto alto.