sexta-feira

O MITO, A LENDA, O SIR

PAUL MCCARTNEY
Ob-La-Di, Ob-La-Da,Chuva e Emoção Inauguram a Arena de Shows do Allianz Parque


Allianz Parque SP 25 e 26/11/14

Postagem: Rozineide M Cruz
Fotos: Marcos Hermes / Neide Crug


Em noite de chove chuva, chove sem parar, trânsito maluco, filas intermináveis e muita desinformação do lado de fora, Sir Paul McCartney com quase uma hora de atraso, finalmente, estreou e encerrou sua turnê “Out There” em São Paulo, no Brasil sendo o mestre de cerimônia na inauguração da Arena de shows do Palmeiras, a belíssima Allianz Parque.
O público paulista, pôde ver de perto o show não só de um grande artista, mas de um mito, uma lenda do rock. Prova disso é o público que o acompanha onde quer que vá. Nas filas do lado de fora e, na Pista, já do lado de dentro da Arena o que mais se via eram famílias inteiras, geração após geração, avós, pais, filhos, netos e, sem medo de errar, até bisnetos vestidos com camisetas dos Beatles eram pura emoção. Cada um com uma história pra contar embalada pela trilha sonora do “quarteto mágico de Liverpool” e, da carreira solo de Paul McCartney que juntos somam mais de 50 anos.
Com sua banda formada pelos músicos Paul ‘Wix’ Wickens (teclados), Brian Ray (baixo e guitarra), Rusty Anderson (guitarra) e Abe Laboriel Jr (bateria) que acompanha o Ex-Beatle a mais de dez anos, Paul passou por todas as fases da carreira, no setlist hits dos Beatles, é claro, passando pelos Wings onde tocou com a então esposa Linda McCartney e, por fim, pela carreira solo com algumas pinceladas no mais recente e aclamado álbum “New”.
Extremamente carismático, tocou piano, teclado, baixo, é claro, e, ao longo do show trocou de guitarra várias vezes exibindo todo seu talento como músico. Dedicou à música “My Valentine” do novo álbum “New” a atual esposa Nancy, “Maybe I’m Amazed” a esposa e companheira de Wings, Linda McCartney e, lembrou os amigos de banda Jorge Harrison em “Something” e John Lennon em “Here Today”. Quando disse: “-... Meu português não é bom, o inglês é melhor, mas vou tentar falar um pouco esta noite”, ele tinha razão. Com ajuda das famosas colas que os astros gringos usam quando pisam por aqui, Paul interagiu muito bem com os fãs, primeiro, dando “boa noite paulistas” para delírio dos presentes. Ao longo das 2h40min de show em alguns hits dos Beatles ele brincou, deu até uma sutil “reboladinha”, demonstrando que aprendeu algumas tipicidades da nossa língua.
"...Essa é pra molecada, disse antes do primeiro acorde de "All Together Now", "show bombando" e "ô, meu" em "I've just seen a face", "é nóis" antes de "Yesterday". Como um grande maestro regeu o coro durante o refrão de "Hey Jude", "agora só os homens/agora só as mulheres/agora todo mundo". Na volta ao palco para o bis, Paul e banda entram agitando bandeiras gigantes do Brasil e da terra mãe, a Inglaterra e aí, gesticula e diz: "...já chega, hora de ir pra casa, dormir (gesto), sair da chuva". Mas que nada. Os fãs queriam mais e tiveram a seqüência matadora de dois bis num total de 39 músicas. Ao final, ele se despediu dizendo; "...até breve, eu volto". Não precisa nem dizer que, problemas à parte, todos querem vê-lo novamente.






PITACOS DA CRUG


Não fossem algumas contrariedades que geraram pontos negativos do show, poderíamos dizer que tudo foi perfeito, mas não foi. Fatores palco e extra palco fizeram a diferença. Primeiro a chuva que São Pedro resolveu derramar em São Paulo depois de tanta seca, justamente, no dia do show, transformou a chegada a nova Arena Palmeiras num imenso caos. Os intemperes do tempo causou alagamentos, parou o trânsito, fez o metrô circular em velocidade reduzida. Fora isso, no entorno da Arena, haviam filas imensas que se prolongaram até praticamente a hora do show. Eram fãs enlouquecidos com a demora na abertura dos portões e a desinformação por parte de quem deveria organizar. Por conta dos transtornos, o show sofreu um atraso de 45 minutos, segundo a Produção, para aguardar a entrada de todos na Arena. Quanto ao show, houve queixas sobre o áudio em alguns pontos da Arena. Nas cadeiras superiores, o som era ruim, com delay, dificultando o entendimentos das falas de Paul McCartney. Na pista premium os sons graves soavam distorcidos, estourados, possivelmente, pela posição das caixas de som fixadas no chão nas laterais do palco.


Os mais atentos, que conseguiram ter um senso crítico a parte da emoção, notaram que a voz de Sir Paul aos 72 anos, sofre com as marcas do tempo, como qualquer mortal, nos agudos e em momentos distintos de algumas músicas. Isso ficou mais evidente no áudio da transmissão ao vivo. Mas, diante da grandeza da sua história, do seu legado, o que podemos dizer: ao mito tudo é dado. Nada tira o brilho de sua performance durante as 2h40min. Foi uma noite emocionante, memorável.
Contudo,o problema que mais repercutiu em todo país, nas redes sociais, foi o corte brusco na transmissão ao vivo do show pelo canal a cabo Multishow. A explicação dada pelo canal que, anteriormente, havia feito larga propaganda sobre a exibição do evento direto do Allianz Parque em São Paulo foi a seguinte: A produção do artista proibiu a transmissão simultânea, ao vivo do show e também a sua íntegra. Por isso, a transmissão sofreu um delay (atraso) de 50 minutos, tempo preenchido no ar pelos apresentadores Titi Muller e Guilherme Guedes, que tentavam dar um clima de "esquenta" repetindo informações de maneira massante e, completando com a exibição de entrevistas velhas e videoclipes de Paul enquanto o show já rolava. Para os fãs, o pior ainda estava por vir. Ao som do refrão de "Live and Let Die", antes da primeira explosão dos fogos, um dos momentos mais aguardados pelos fãs, o canal faz um corte brusco na transmissão do show e, sem maiores explicações coloca no ar a chamada do show de Bruno e Marrone, o que atiçou a ira dos fãs e gerou uma avalanche de reclamações no Twitter.
As informações apuradas, davam conta de que técnicos da equipe de Paul McCartney vetaram a exibição de algumas músicas por ordem do próprio cantor que não se sentia a vontade em exibi-las na TV sem que uma limpeza sonora e alguns ajustes fossem feitos previamente. O que embasa nossa análise: os 72 anos pesam! A partir daí se iniciou no meio da transmissão do espetáculo a escolha das músicas que poderiam ir ao ar direto e as que deveriam passar por ajustes técnicos antes de sua exibição na TV.
Segundo o Multishow, ficou acordado com empresários de McCartney que o canal teria direito a transmitir parte do espetáculo, um período menor do que a duração total do show, o que foi informado ao público antes e durante a exibição. Para aumentar a confusão, o canal também diz que, inesperadamente, recebeu o aviso da produção do cantor que deveria encerrar a transmissão, sem espaço para negociação.
Quem não estava na Arena não pôde ver as imagens belíssimas que misturavam pinturas com fotos e vídeos de todas as fases da vida e da carreira de Paul McCartney exibidas nos dois telões gigantes de led localizados nas laterais do palco. Infelizmente, a produção do artista também não liberou a filmagem e nem a exibição dessas imagens. Uma pena.



Já para a audiência, diante do caos, das desculpas esfarrapadas e do deserviço, restou a ira e as piadas na rede:

"...Multishow comprou a versão SHAREWARE do show do Paul McCartney e ela expirou na melhor parte!"








Setlist do show de terça 25/11, Allianz Parque, SP

"Eight days a week"
"Save us"
"All my loving"
"Listen to what the man said"
"Let me roll it"
"Paperback writer"
"My valentine"
"1985"
"The long and winding road"
"Maybe, i'm amazed"
"I've just seen a face"
"We can work it out"
"Another day"
"And i love her"
"Blackbird"
"Here today"
"New"
"Queenie eye"
"Lady Madonna"
"All together now"
"Lovely Rita"
"Everybody out there"
"Eleanor Rigby"
"For the benefit of Mr. Kite"
"Something"
"Obladi oblada"
"Band on the run"
"Back in te USSR"
"Let it be"
"Live and let die" (corte na TV)
"Hey Jude"

1º bis
"Day Tripper"
"Hi hi hi"
"I saw her standing there"

2º bis
"Yesterday"
"Helter skelter"
"Golden slumbers"
"Carry that weight"
"The end"

Setlist de quarta, 26/11/14 Allianz Parque, SP:

"Magical Mystery Tour"
"Save us"
"All my loving"
"Listen to what the man said"
"Let me roll it"
"Paperback writer"
"My valentine"
"Nineteen Hundred and Eighty Five (1985)"
"The long and winding road"
"Maybe, i'm amazed"
"I've just seen a face"
"We can work it out"
"Another day"
"And i love her"
"Blackbird"
"Here today"
"New"
"Queenie eye"
"Lady Madonna"
"All together now"
"Lovely Rita"
"Everybody out there"
"Eleanor Rigby"
"For the benefit of Mr. Kite"
"Something"
"Obladi oblada"
"Band on the run"
"Back in te USSR"
"Let it be"
"Live and let die" (corte na TV)
"Hey Jude"

1º bis
"Day Tripper"
"Get Back"
"I saw her standing there"

2º bis
"Yesterday"
"Helter skelter"
"Golden slumbers"

segunda-feira

LIVE MUSIC ROCK









ARCTIC MONKEYS 
THE HIVES


Insanidade e Melodia Num Clima de Primavera Londrina






Arena Anhembi 14/11/2014

Por: Rozineide M Cruz

A banda sueca The Hives definitivamente não é de pisar no palco, fazer o som rolar e deixar o público na maresia. Muito pelo contrário. O show do The Hives é pólvora pura, acende e incendeia a loucura e a alegria geral. O pano de fundo do cenário da banda ilustra isso muito bem. O vocalista Howlin' Pelle Almqvist (Per Almqvist)  e seu irmão o guitarrista Nicholaus Arson (Niklas Almqvist) dão o tom da encenação no palco com o insano controlando a todos como marionetes do show, enquanto o baterista Chris Dangerous (Christian Grahn) segura o ritmo da loucura na cozinha da banda. É show pra quem procura a pura diversão livre de qualquer compromisso.
Mas a noite era mesmo londrina e, num clima totalmente inverso, sobem ao palco os britânicos do Arctic Monkeys por volta das 23h05m contando com uma grande expectativa do público.
A atmosfera era de primavera londrina. Noite fria de garoa banhada a som melódico e voz impecável do vocalista Alex Turner. Com pinta de "sex simbol" diferente de muitos "front man", não fez média com o público. Logo de cara abriram o show com o single "Do I Wanna Know?" sucesso nas paradas do mundo inteiro. Em raro momento de interação com o público durante todo o show, Alex Turner introduz outro mega sucesso da banda mais uma faixa do aclamado álbum AM "Arabela" dizendo: "- Estou procurando uma garota chamada Arabela". E foi só.



Um show faixa a faixa, coeso de uma banda extremamente profissional e agora mais madura. A fase da efervescência do som de garagem, cru e energético envolto num visual adolescente dos primeiros tempos passou. Da voz suave e firme de Alex Turner passando pelas notas melódicas da guitarra de Jamie Cook e do baixo de Nick O’Malley até a batida pulsante da bateria de Matthew Helders fica evidente o crescimento do Arctic Monkeys e, o porquê deles terem se tornado em tão pouco tempo um dos grandes ícones do rock mundial.
Em aproximadamente 1h30m (uma hora e trinta minutos) o show do Arctic Monkeys em São Paulo assim como em Santiago no Chile no último dia 11 de novembro, com exceção de "Mardy Bum" (trecho) introduzida já no final do bis, teve o mesmo setlist:


"Do I Wanna Know""
"Snap Out of It"
"Arabella"
"Brianstorm"
"Don't Sit Down 'Cause I've Moved Your Chair"
"Dancing Shoes"
"Teddy Picker"
"Crying Lightning"
"No. 1 Party Anthem"
"Knee Socks"
"My Propeller"
"All My Own Stunts"
"I Bet You Look Good on the Dancefloor"
"Library Pictures"
"Why'd You Only Call Me When You're High?"
"Fluorescent Adolescent"
"505"


BIS

"One For the Road"
"I Wanna Be Yours"
"Mardy Bum" (trecho)
"R U Mine?"





PITACOS DA CRUG

A Turnê do aclamado álbum "AM" do Arctic Monkeys que viajou por várias cidades do mundo e que passou por São Paulo no último dia 14 deste mês, é um ótimo show de banda "top" inglesa com aspectos britânicos. Explico. O Arctic Monkeys seguindo a linha do seu último álbum "AM", nos remete a um passado recente do meio musical, onde, o foco está na banda e não em uma mega produção. Embora seja um show bem produzido com cenário, luzes e alguns efeitos ambientados ao álbum "AM", em nenhum momento o público se distrai com outro atrativo que não seja a banda. É o Arctic Monkeys pelo Arctic Monkeys.
Os aspectos britânicos ficam por conta da fria noite de garoa em São Paulo típica de clima londrino e do público que cantava como se estivesse embriagado vendo o show dentro de um "pub" inglês. Tudo muito frio, faltou a empatia. Em nenhum momento houve aquela explosão que costumamos ver em shows aqui no Brasil. Era como ver um avião ligar as turbinas mas não levantar vôo.
Um show denso que pedia um espaço fechado, uma outra dinâmica que aproxima-se mais público e banda. Enfim, eram paulistas ou paulistanos, tanto faz, como disse o vocalista Alex Turner, vivenciando a experiência de ser britânico por uma noite diante de uma produção mega com ar de alternativo.











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domingo

Allianz Parque recebe Paul McCartney em novembro de 2014



Paul McCartney no Allianz Parque: um palco monumental, flores e muitas toalhas

O Allianz Parque, novo palco dos mais monumentais shows de São Paulo,  prepara-se para uma inauguração à altura de sua grandiosidade: os dois show de Paul McCartney, que acontecem na cidade nos dias 25 e 26 de novembro. Serão necessárias nada menos que 42 carretas para transportar o material para a montagem do show. Somente a estrutura metálica pesa 150 toneladas e cerca de 280 profissionais brasileiros estarão trabalhando na montagem e na produção! Na semana do evento, mais 40 técnicos estrangeiros do time de Paul chegam para reforçar a equipe. A montagem total levará cerca de 10 dias.
 
O palco será um espetáculo a parte: possui cerca de 70 metros de largura e, do chão, seu ponto mais alto chega a 26 metros de altura. Com vários movimentos hidráulicos e munido com tecnologia de ponta, em um momento surpresa, Paul é elevado, junto com dois músicos, a uma altura de 8 metros – e estará totalmente visível de todos os ângulos do estádio! Serão usadas 150 caixas de som, com potência de 200 mil watts, além de dois telões em alta definição, localizados nas laterais do palco. O final do show com certeza vai ocasionar uma explosão de emoção, com oito canhões de confetes que farão uma verdadeira “chuva de papel” sobre o palco e o público. 
 
Para os camarins Paul pediu seis vasos de plantas altas e com bastante folhagem, e outras seis, mais baixas. Ele pede também 80 gérberas de cores sortidas, divididas em oito arranjos de dez flores cada. Toalhas serão 20 dúzias. Sim, 240 toalhas — para ele e o resto da banda. 
 
O Allianz Parque foi projetada para ser uma das mais modernas arenas multiuso do mundo e a mais moderna da América Latina. Os shows de Paul McCartney serão os primeiros grandes espetáculos a serem realizados no local, inaugurando o espaço de shows, com configuração preparada para receber 48 mil pessoas. Antes da escolha, integrantes da produção do ex-beatle visitaram a arena para conhecer suas instalações e julgaram o local como ideal para a realização do show, devido não só a sua infraestrutura hiper moderna, mas também a sua especial localização.Com ingressos esgotados em menos de 24 horas após o início das vendas para o primeiro show no dia 25, foi anunciado um show extra, em 26 de novembro. 
 
Para saber mais, clique aqui <http://www.midiorama.com.br/blog/2014/10/allianz-parque-recebe-paul-mccartney-saiba-tudo-sobre-o-show-em-sao-paulo/> .








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sábado

BRIT ROCK




ARTIC MONKEYS

Uma das mais importantes bandas da história do rock mundial, Arctic Monkeys chega ao Brasil pela primeira vez com uma turnê solo, para apresentações em São Paulo e no Rio de Janeiro. Esta será a primeira passagem do grupo pelo Brasil com um show completo da banda, fora de apresentações em festivais. 
Como parte de sua turnê latino-americana, que será vista ainda na Argentina, Chile e Colômbia, o Artic Monkeys se apresentará no dia 14 de novembro na Arena Anhembi, em São Paulo, e no dia 15 de novembro na HSBC Arena, no Rio de Janeiro. O show de São Paulo faz parte da plataforma Live Music Rocks.
Criada em 2001 nos subúrbios da cidade inglesa de Sheffield, a banda teve seu álbum de estréia, “Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not”, lançado em janeiro de 2006 e ainda detém o recorde de álbum de lançamento mais rapidamente vendido de uma banda no Reino Unido, com 120 mil cópias vendidas somente no primeiro dia.  Receberam o Mercury Prize 2006, vários Brit Awards e uma indicação para o Grammy de Melhor Álbum de Música Alternativa.
A banda de rock The Hives foi confirmada para abrir os dois shows brasileiros.  Formada em 1993 na Suécia, a banda alcançou sucesso mundial em 2000 com o lançamento do álbum Veni Vidi Vicious.Famosa por suas apresentações altamente energéticas, tendo à frente o vocalista Howlin’ Pelle Almqvist e seu irmão, o guitarrista Nicholaus Arson, a banda tem sido aclamada pela crítica como uma das melhores bandas de rock  ao vivo no cenário mundial.




ARTIC MONKEYS
ROCK ALTERNATIVO FAZENDO ARTE

Por Rozineide M Cruz


Eis que em meados dos anos 2000, quando mais uma vez a velha pergunta pairava no ar: "O Rock Morreu?", esse velho sessentão e mutante, é premiado com o surgimento de uma nova pérola Britânica, os ingleses do Artic Monkeys.
























A história do Arctic Monkey começa  no natal de 2001, quando os vizinhos Alex Turner e Jamie Cook, após ganharem guitarras de presente, resolveram montar uma banda com seus amigos de escola, Andy Nicholson, que tocava baixo, e Matt Helders, que se tornou o baterista. Sob o nome “Bang Bang”, eles tocavam covers de bandas como Led Zeppelin. Após Alex assumir o vocal e a tarefa de escrever canções, eles mudaram o nome da banda para “Arctic Monkeys”, tirado de um grupo do qual o pai do baterista Matt Helders fez parte nos anos 70.
Após os primeiros concertos, em 2003, eles começaram a gravar CD demos e distribuí-los para o público. Como a oferta era limitada, os fãs copiaram as canções e as disponibilizaram pela Internet. Até um perfil da banda no site MySpace foi criado, tudo sem que os próprios membros estivessem cientes. Graças a essa divulgação viral pela rede, a banda começou a ficar famosa. Em 2004, sua popularidade chamou a atenção da BBC Radio One e da imprensa britânica. Mark Bull, um fotógrafo amador local filmou uma apresentação ao vivo e fez o videoclipe para “Fake Tales Of San Francisco”, lançando-o no seu site, juntamente com a coletânea “Beneath The Boardwalk”.
Em maio de 2005 a banda lançou seu primeiro EP, “Five Minutes with Arctic Monkeys”, com apenas 1500 cópias em CD e 2000 em vinil de “7″, mas também disponível no  ITunes. Em junho assinaram contrato com a Domino Records e, logo depois, tocaram no Carling Stage, palco dos festivais de Reading e Leeds reservado para bandas menos conhecidas. Em outubro daquele mesmo ano sairia o primeiro lançamento pela Domino – “I Bet You Look Good on the Dancefloor”, que foi direto para o primeiro lugar nas vendas de compactos simples do Reino Unido, com 38.962 cópias. No mesmo mês, estamparam sua primeira capa da revista New Musical Express. O segundo compacto simples, “When The Sun Goes Down”, saiu em 6 de janeiro de 2006 e vendeu 38.922 cópias, novamente alcançando o topo das vendas.



Mesmo com o vazamento na Internet e o intenso compartilhamento de arquivos, o álbum de estréia “Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not”, lançado em 2006, alcançou cifras recordes de venda. As 120 mil cópias no Reino Unido, só no primeiro dia, ultrapassavam a soma de todos os outros álbuns do “top 20″ do país nessa data, e a primeira semana foi fechada como 363.735 cópias. Sem deixar a poeira baixar, em abril de 2006 lançaram um EP com cinco faixas, “Who the Fuck Are Arctic Monkeys?”, que teve boas vendas, mas poucas execuções em rádio. Logo após o lançamento do EP, a banda apresentou um novo baixista, Nick O’Malley. Incialmente, Nick apenas substituiria Andy na turnê pelos Estados Unidos, mas depois foi anunciado que ele assumiria o lugar definitivamente.
Em abril de 2007 lançaram o seu segundo álbum, “Favourite Worst Nightmare”, que logo chegaria à primeira posição nas paradas britânicas. Deste álbum surgiram três singles, “Brainstorm”, lançado em abril, “Fluorescent Adolescent”, em julho e “Teddy Picker” em dezembro. No final do ano de 2008, já com alguns riffs de guitarra e as canções prontas, o grupo iniciou as gravações do terceiro álbum. Contando com a produção de James Ford e de Josh Homme, vocalista do Queens of The Stone Age, a banda gravou “Humbug” que foi lançado em agosto de 2009. Em 6 de junho de 2011 a banda lançou seu quarto álbum de estúdio intitulado “Suck It and See”.
Em 28 de julho de 2012, o Arctic Monkeys tocou na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres,  e desde então seu cover da música “Come Together”, dos Beatles, disparou nas paradas britânicas, bem como seu álbum de estréia, “Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not”, que atingiu novamente o topo de vendas seis anos após seu lançamento. Em 9 de setembro de 2013, o álbum intitulado “AM” foi lançado. O primeiro single deste disco foi a canção “Do I Wanna Know?”. Em fevereiro deste ano, o Arctic Monkeys ficou com os prêmios de melhor grupo e melhor disco do ano, por “AM”, no Brit Awards.
by: Release Divulgação 



O ÁLBUM “AM”

As iniciais da banda, um novo amanhecer, uma frequência de rádio analógica e uma declaração existencial – o título do quinto álbum do ArcticMonkeys AM sugere tudo isso e muito mais.  E o próprio álbum faz jus sendo, na sincera opinião do baterista Matt Helders, “o álbum que sempre esperamos criar”.
Começa com uma batida suntuosamente sintética. Isso foi composto por partes do corpo humano, pois todos os membros do Arctic Monkeys se reuniram para contribuir com batidas de pé e batidas com as mãos nos joelhos – “o que pode fazer com que as pessoas pensem em traje típico alemão”, admite o vocalista Alex Turner, “mas na realidade é a antítese disso… e também não houve batidas suaves”.
Portanto, os momentos de abertura de “AM” evitam as sutilezas do hoedown favorecendo um impulso humano reprimido? “Queríamos criar um jeito diferente de bater palmas”, explica Turner, “e a forma como Tchad Blake mixou os sons, parece alguém batendo a cabeça contra um campo de força de ficção científica”.
“Gosto da forma como se parece madeira morta”, diz Matt Helders, no espírito desencarnado de bateristas de tempos imemoriais. E essa atenção coletiva exuberante ao detalhe aural é carregada em cada uma das 12 músicas de AM. Seja o backing vocal digno de En Vogue em “One For The Road” [Uma pro caminho], a virada Black Sabbath da bateria em“Arabella” ou o pedal steel em “No 1 Party Anthem” [Hino de festa Num. 1], os detalhes cativantes nunca se destacam sozinhos, mas constantemente agregam valor à obra por inteiro.
E como a meticulosa tecnologia sonora não é útil sem melodias, AM tem isso em clubes. Da melodia alegre de “Do I Wanna Know” [Quero saber?] para a inebriante “Mad Sounds” [Sons loucos] ao refrão irresistível de “Snap Out Of It” [Cair fora disso] , este é um álbum para cantar junto, mesmo se estiver em dúvida se as letras podem ser tão boas quanto a melodia, antes de descobrir na próxima audição que são ainda melhores que seu primeiro pensamento.
A reputação de Alex Turner como criador de frases foi assegurada desde que os primeiros singles do Arctic Monkeys bateram recorde de álbum de estreia vendido mais rápido que qualquer outra banda britânica na história.Ainda muito presente e correto em cinco álbuns, estão os trechos verbais mastigáveis – “summat in your teeth”, “simmer down and pucker up” – que continuam liberando sabor através de cada mordida. O jeito Ditto Turner com piadas de duas linhas (“Been wondering if your heart’s still open/And if so I wanna know what time it shuts” e “That place on memory lane you liked looks the same/But something about it’s changed” são dois ótimos exemplos).
Porém, o que marca AM como uma evolução do talento como compositor de Alex Turner é a elegância com a qual essas letras se desenrolam – mudando perfeitamente de verso para refrão e vice-versa, com a lógica insidiosa das melhores rimas de Jay-Z. A grande variedade de rimas internas e aliteração tem o efeito intensificado pelo romantismo na voz de Turner. Ele prolonga frases de “R U Mine?”, como em “She’s a silver lining lone ranger riding through an open space in my mind”, como se explorá-las fosse a coisa mais natural e fácil do mundo.



“Fiquei acordado por várias noites decifrando charadas dessa vez – provavelmente mais que antes”, admite Turner. “Eu tinha um alvo de dardos no jardim dos fundos e ficava jogando os dardos sentado, tentando escrever. Definitivamente havia alguma simetria em como as palavras se encaixavam e onde os dardos ficavam no alvo – os vários dardos que caíram no chão, me fizeram pensar no triplo vinte”.
Gravado em um pequeno estúdio em East Hollywood com colaboradores de longa data James Ford e o co-produtor Ross Orton montando os faders, o terceiro álbum Arctic Monkeys, produzido em LA, tem os melhores elementos dos dois álbuns anteriores, e dá a eles um toque completamente novo. Em termos de som geral do álbum AM, chamaríamos o álbum G-Funk do Arctic Monkeys, mas definitivamente um eco estranho de “Regulate” do Warren G.
“Se alguém perguntar ‘esse é o álbum do West Coast?’ a pergunta normalmente teria uma conotação diferente, mas é isso o que significa para nós”, concorda Turner. Mas se ninguém esperasse ver Matt Helders mostrando sinais de gangue, seria decepcionante. O licor de malte dos álbuns do Death Row  é seguido por pelo menos um Bacardi Breezer do que o bateirista costuma chamar de “Música de namorada – a música que nossas namoradas ouviam na escola enquanto gostávamos de Dr. Dre”’.
“Com pessoas como Aaliyah”, Turner explica, “o que é geralmente visto como brega, tem como a melhor parte as melodias, e queríamos absorver um pouco do como essa música se transpõe no que estamos fazendo. Isso também funcionou – pelo menos para a gente – com o rock dos anos 70: todas aquelas bandas, como Black Sabbath e Groundhogs, que ouvíamos em um volume bem alto no camarim durante a turnê… Chamamos de ‘bandas combateria de suporte fraco’, pois independente de onde as baterias estejam, soam como se estivesse trêmulas, mas isso faz parte do que as tornam notáveis”.
O Arctic Monkeys estavam completamente conscientes dos perigos inerentes a esses ingredientes juntos – “é um momento de pura reação química”, admite Turner. “Você absorve muito de um universo e não consegue o resultado desejado”. Mas a partir do momento em que “R U Mine” [Você é minha?] começou a definir uma nova direção, eles sabiam que estavam no caminho certo.
“Quando começamos a dividir e colocaram dois [Helders e o baixista Nick O’Malley] no backing vocal juntos, gostamos tanto que simplesmente pensamos ‘Vamos fazer um álbum em torno disso’”, explica Turnner. A partir daí, eu cantaria a parte principal e eles fariam a base harmônica vocal”.
Estavam fazendo aquilo com as mãos quando alcançaram as notas altas? “Tudo está nas mãos, mas ajuda se balançar um pouco a cabeça também”.
A tecnologia também fez a sua parte, mas não do tipo estado-da-arte. “Mesmo antes da banda, eu costumava brincar com um antigo gravador de fita-cassete que era do meu pai”, lembra Turner. “Depois ganhei um de aniversário no ano passado, e gostei muito do som. Então trabalhamos nele por três semanas direto até desgastar o mecanismo. Eu definitivamente acreditava em músicas que existiam em partes do equipamento e você tinha apenas que liberá-las – devemos alguns refrões àquela máquina. Não havia muito espaço, mas se Matt tocasse bem suavemente, soaria exatamente como uma amostra. O som que fizemos dessa forma se tornou o DNA do álbum inteiro”.



Um dos principais temas de AM parece retomar coisas que caíram no desuso e descobrir o quanto podem ser novas, independente de ser um antigo gravador de fita-cassete, ou “I Wanna Be Yours” [Quero ser seu], o poema vintage de John Cooper que transformam em uma mixagem lenta de música disco na última faixa do álbum. Quem já viu o Arctic Monkeys tocar ao vivo no ano passado – da cerimônia de abertura das Olimpíadas de 2012 ao palco principal no Glastonbury numa sexta-feira – já viu (e ouviu) os benefícios desta abordagem de mente aberta.
“Houve uma época em que não conseguia tocar ‘Fake Tales of San Francisco’”, admite Turner, “mas agora conseguimos fazer um ótimo cover. Há uma empolgação em relação a este álbumnovo que facilita fazer jus aos anteriores. Você chega em um ponto em que conhece algo bem o suficiente para saber que está OK, e nem tudo tem que ser sobre você”.
O Arctic Monkeys talvez seja a primeira banda na história do rock a ir para LA e descobrir que não é tudo sobre eles. Quem imagina que isso soa um pouco maduro, provavelmente se tranquilizará pela última coisa que eles realmente gostaram em relação à onda sonora de AM que adorna a capa do álbum. Alex Turner ri: “Parece um sutiã”.

by: Ben Thompson




Membros

·         Alex Turner – guitarra e vocal
·         Jamie Cook – guitarra
·         Nick O’Malley – baixo e vocal de apoio
·         Matthew Helders – bateria e vocal de apoio

Discografia

·         Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not (2006)
·         Favourite Worst Nightmare (2007)
·         Humbug (2009)
·         Suck It and See (2011)
·         AM (2013)


As imagens podem ter direitos autorais