domingo

IMAGINE DRAGONS

IMAGINE! OS DRAGÕES SÃO NOSSOS!


 MATURIDADE, JUVENTUDE, RIFFS, JURAS DE AMOR E PÚBLICO ENLOUQUECIDO EM NOITE ESTRELADA E INESQUEÍVEL DO IMAGINE DRAGONS NO ANHEMBI

18 de Abril de 2015 Anhembi, SP

Rozineide M Cruz


Quando banda e público estão na mesma vibe, o show deixa de ser show e vira espetáculo, uma festa a céu aberto. Nesse caso, uma festa com 21 mil fãs extasiados.
Tudo contribuiu para que o primeiro show solo do Imagine Dragons em São Paulo da turnê do álbum "Smoke + Mirrors" fosse um sucesso. Noite linda, céu estrelado com a lua como holofote a iluminar o Anhembi lotado de energia pulsante. No palco, a incrível presença de uma banda jovem mais cheia de personalidade. O quarteto americano de indi rock em sua segunda passagem pelo Brasil em apenas um ano, a primeira foi no Festival Lollapalooza 2014, após ser mais uma vez ovacionada pelos fãs brasileiros, deixou bem claro que não é mais uma promessa, é sim uma das fortes representantes da nova cena rock mundial. 
Os mais velhos podem torcer o nariz, mas a verdade é que renovar é preciso e, de renovação em renovação, independente do estilo a que foi rotulado, o importante é que o rock tem se mantido vivo. Além do que, o Imagine Dragons não deixou nada a desejar para um show de rock. O foco era a banda, por isso, o palco sem pirotecnias. Porém, com efeitos belíssimos de luzes e imagens refletidas em 6 painéis gigantes de led. 
















A percussão, carro chefe da banda, comandada pelo baterista Daniel Platzman seguido em alguns momentos por todos os integrantes da banda quando do toque nos tambores gigantes proporcionaram momentos belíssimos como em "Gold", "I Bet My Life", "Radioactive" com o ritmo as vezes lembrando a marcha do folclore irlandês. O guitarrista Daniel Wayne é uma atração à parte. Trocou de guitarra várias vezes e, até a metade do show, já havia tocado guitarra, violão e bandolim. Se na gravação seus solos parecem tímidos, ao vivo eles ganham força e ditam o ritmo da banda. Destaque também para o tecladista Will Beck, que dá ao som da banda uma atmosfera viajante.
DANIEL WAYNE - GUITAR
BEN MCKEE - BAIXO
DANIEL PLATZMAN ao fundo - BATERIA
DAN REYNOLDS - VOCAL

E o que dizer do emocionado Dan Reynolds que quase sucumbiu as lágrimas? Chamar o vocalista de piegas é tirar dele o mérito da emoção espontânea, fruto do curto período que viveu no Brasil quando adolescente. O abraço na bandeira e outros gestos de carinho só fortaleceu a sua empatia com o público blindado com o bom vocal de Reynolds. Ao apresentar o baixista da banda, Ben Mckee, ele causou o momento inusitado da noite convidando-o a mostrar que está aprendendo samba e a sambar. Após a demonstração, ficou evidente que como sambista o baixo lhe cai muito bem! Outro momento tão inusitado quanto foi o cover de "Forever Young" da banda dos anos 80 Alphaville. Para um público com média de 15 anos, que nem sonhava em nascer quando a música foi lançada há uns trinta anos atrás por uma banda nem tão popular, é no mínimo inusitado.

Enfim, em quase duas horas, vimos uma banda feliz no palco, com todas as expectativas atendidas de banda e de público. Um show coeso, maduro, cheio de energia do começo ao fim. E pra quem já está com saudades, lembramos as palavras do falante Dan Reynolds: "...Estamos aqui diante de amigos, muitas famílias do Brasil numa noite linda! ...Para nós esse é o melhor lugar do mundo para se tocar, olhem as estrelas no céu.... Amo o Brasil, o povo, a cultura, a comida, as mulheres...vamos voltar sempre, todos os anos até ficarmos velhinhos."


É isso aí! Afinal, "Os Dragões Imaginários" são nossos!

Setlist do show em São Paulo:

“Shots”
“Trouble”
“It's Time”
“Forever Young”
“Smoke and Mirrors“
“Polaroid”
“I'm So Sorry”
“Summer”
“Gold”
“Bleeding Out / Monster / Warriors”
“Demons”
“Dream”
“Hopeless Opus”
“Release”
“On Top of the World”
“Friction”
“I Bet My Life”
“Radioactive”
BIS
“The Fall”














PITACOS DA CRUG EXTRA

Durante a passagem do Imagine Dragons para a turnê Smoke + Mirrors no Brasil em abril de 2015, à banda se apresentou com uma performance acústica e bateu um bate-papo com Luciano Huck em seu programa.



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quarta-feira

BRIT INDIE O POP ROCK DA VEZ



























Rozineide M. Cruz


O rock já é um senhor na casa dos seus 65 anos. Então, antes de seguir com esta matéria queremos lembrar aos rockeiros mais radicais que, ao longo desses 65 anos o rock nunca se manteve estático. Sempre inovador, nascido da mistura do blues com o movimento da música negra a partir dos anos 40, se mantém até hoje como um inquieto adolescente criando novos estilos a cada década buscando sempre novas tendências.
Nenhum estilo de música tem mais ramificações do que o rock, e cada uma delas tem a sua estrada, seu espaço e fãs ardorosos que as seguem, gostem ou não. O Festival Lollapalooza é prova disso. Então, abrimos espaço em respeito a nova geração pra falar de uma vertente dentro do rock que se mantém viva ao longo dessas 6 décadas, o Pop Rock.
O Lolla 2015 deixou bem claro que a maior fatia do bolo ficou por conta do Pop Rock Britânico (Britpop) e o Indie Rock americano. Destacamos o show de algumas bandas e de representantes do rock brazuca.

THE KOOKS
Uuu, Ooh, Lálálá mãos pra cima
Os ingleses do The Kooks liderados pelo vocalista e guitarrista Luke Pritchard apontados como "os queridinhos do público feminino do Lolla", fizeram um show para um mar de gente, surpreendentemente, um dos maiores públicos do festival. Músicas de refrões fáceis, com muito suingue e menos do folk e do indie rock do início da carreira foi a deixa para manter a energia dos fãs em alta do começo ao fim. A banda apresentou faixas que foram desde o novo "Listen" de 2014 até a aguardada "Naive" do álbum de estréia em 2006 "Inside In/Inside Out".



SETLIST

Around Town

Ooh La

It Was London

Bad Habit

Down

She Moves in Her Own Way

Eddie’s Gun

Seaside

Westside

Always Where I Need to Be

Sway

Forgive & Forget

See Me Now

Sofa Song

Junk of the Heart (Happy)

Naive



FOSTER THE PEOPLE
Alternativo dançante e carismático



O power trio californiano do Foster The People, liderados pelo vocalista e, praticamente dono da banda a qual dá nome, Mark Foster que conta ainda na sua formação com Mark Pontius na bateria, Cubbie Fink no baixo e outros músicos que dão suporte à banda nas apresentações ao vivo,  foram uma das atrações mais celebradas do Festival. Com apenas dois álbuns lançados "Torches" 2011 e "Supermodel" 2014, eles mostraram domínio de palco com todos os ingredientes do pop de boa qualidade, dançante, carismático e envolvente justificando sua escalação para o palco principal. O show alternativo climatizado pelo jogo de luzes e imagens que aqueceram o final de tarde princípio de noite em Interlagos foi tudo o que os fãs do FTP esperaram pra ver .



SETLIST

Pseudologia Fantastica

Houdini

Helena Beat

Best Friend

Waste

Coming of Age

Are You What You Want to Be?

A Beginner’s Guide to Destroying the Moon

Life on the Nickel

Call It What You Want

Miss You

The Truth

Pumped Up Kicks

Don’t Stop (Color on the Walls)


INTERPOL
melancólico e introspectivo















Nem tudo aqui é pop. O Interpol é uma das boas surpresas do rock nascente dos anos 2000. Pena o show do único representante legítimo do indie rock gótico no Lollapalooza ter sido tão frio e burocrático.
O domingo já estava cinzento, após a aparição dos americanos do Interpol no palco, o tempo fechou de vez. Representantes da cena novaiorquina de indie rock e do pós punk, contemporâneos de bandas como Strokes, na sua terceira passagem pelo Brasil, se esperava mais da apresentação da banda.
O show melancólico e introspectivo com duração de 50' minutos cravados, focou mais as músicas do último álbum "El Pintor" o que deve ter irritado os fãs mais ardorosos que sempre esperam ouvir os hits de sua banda. Duas curiosidades sobre o Interpol: a banda é americana mas a postura é inglesa e, a outra curiosidade fica por conta do vocalista Paul Banks que parece ter incorporado o timbre de Ian Curtis do Joy Division nos seus vocais. Para quem tem saudades da banda inglesa, basta fechar os olhos e ouvir.


SETLIST

Say Hello to the Angels

Anywhere

Leif Erikson

Evil

Narc

Rest My Chemistry

Everything Is Wrong

The New

PDA

Not Even Jail

NYC

All the Rage Back Home

Slow Hands

THREE DAYS GRACE
linear e nostálgico


Após entrada do novo vocalista, Matt Walst irmão do baixista Brad Walst, os canadenses do Three Days Grace provaram que continuam apresentando mais do mesmo.
Apesar do visual dark e de alguns bons solos de guitarra mostrarem sua vertente "new metal", a performance da banda não teve o mesmo peso do seu visual. O show foi bem linear, com pitadas de emoção e nostalgia por conta da inclusão de músicas desde o primeiro álbum da banda lançado em 2003, o que deve ter tocado fundo o coração dos fãs saudosistas. Destaque para "I Hate Everything About You Live" que dá título ao primeiro álbum e é até hoje o maior hit do Three Days Grace.


SETLIST

I Am Machine

Pain

Break

Just Like You

Chalk Outline

Home

Animal I Have Become

Painkiller

Human Race

The Good Life

I Hate Everything About You

Never Too Late

Riot

BASTILLE
Pop SIMPLES E CATIVANTE














Eles se apresentaram como quem quer festejar. Era o fim da turnê do primeiro álbum "Bad Blood" que durou mais de 2 anos e a primeira vez no Brasil diante de um público enorme e empolgado.
O quarteto inglês Bastille mostrou a força do seu indie pop no palco alternativo do Lolla, colocando todo mundo pra dançar sem medo de introduzir misturas inusitadas em seu setlist como "Angels" do The XX, "No Scrubs" da girl band TLC e o cover de "Rhythm of the night" da Corona. Éh! Que jogue a primeira pedra quem nunca curtiu uma balada ao som de bandas pop rock anos 80 de boa qualidade.
O Bastille está só começando, as letras melosas e açucaradas tem tudo para amadurecer e, além do trunfo da voz de Dan Smith, cheia de falsetes e envolvente ao longo de todo show, o instrumental da banda também mostra momentos líricos como em "Oblivion".
Para quem encarou tocar no mesmo horário do disputado show de Jack White, dá pra dizer que esses ingleses venceram no Lolla. Eles estavam no palco certo (Alternativos) diante do público certo para fechar em alta a sua turnê.




SETLIST

Bad Blood

Weight of Living, Pt. II

Laura Palmer

Overjoyed

Poet

Things We Lost in the Fire

The Driver

No Angels

These Streets

The Silence

Oblivion

Laughter Lines

Icarus

The Draw

Flaws

Of the Night

Pompeii


KASSABIAN
Guitarras e baixo com a força do rock e Bateria Pulsante sob influência do eletrônico e da House Music















Não dá pra negar que as apresentações da banda inglesa Kasabian são sempre muito energéticas principalmente pela forte influência do eletrônico. Prova disso é a cover de "Praise You" do Fatboy Slim.
A proposta do Kasabian é de um rock alternativo cheio de veracidade e integração com o público mas, sem "chavecos" nem declarações profundas de amor ao país. 

Um show consistente, mais curto, que deixou evidente a presença do eletrônico mas com mais peso nas guitarras, baixo e bateria pulsantes. O público diante do palco Onix pode não ter sido o maior mas, com certeza, eram os fãs do Kasabian que sabiam o que estavam aguardando e foram brindados logo de cara com a eletrizante "Bumblebeee" .

O sempre irreverente e carismático Sergio Pizzorno guitarrista e o responsável pelas letras do Kasabian foi destaque no palco cantando em momento solo ou simplesmente fazendo back in vocals com o seguro vocalista Tom Meighan.

SETLIST
 
Bumblebeee

Shoot The Runner

Underdog

Days Are Forgotten

I.D.

eez-eh

Club Foot

Treat

Empire

Fire

Stevie

Vlad the Impaler

Praise You (Fatboy Slim)

L.S.F. (Lost Souls Forever)



KONGOS
Alternativos com várias influências e som encorpado


Os sul-africanos do Kongos formado pelos irmãos  Dylan Kongos, vocal e baixo, Daniel vocal e guitarra, Jesse vocais e bateria e, Johnny acordeão e teclados são quase uma banda de world music tamanha é a mistura de influências que eles apresentam, folk, rock, indie rock, pop, reggae e até house music. A introdução do acordeão nas músicas faz lembrar o som folclórico de bandas folk surgidas nos anos 60 como Buffalo Springfield. Surpreenderam com covers de clássicos dos Beatles, "Come Together" e New Order "Blue Monday" além de agitarem com a conhecida "Come With Me Now". O certo é que eles ganharam o público por aqui sendo uma grata surpresa do Festival.



SETLIST

Hey I Don't Know

Sex on the Radio

Kids These Days

I Don't Mind

It's a Good Life

Come With Me Now

Come Together
(The Beatles cover)


I Want to Know

Take It from Me

I'm Only Joking

Blue Monday
(New Order cover)


YOUNG THE GIANT
O mais do mesmo sem brilho















Bem que os integrantes do Young The Giant e o performático e bom vocalista Sameer Gadhia tentaram mas, não conseguiram levantar o público.  Isso porque, fica difícil quando surge no palco mais uma banda americana de indie rock apresentando mais do mesmo. Sem muito a acrescentar, diante do público inerte que se mostrava firme diante do palco Axe só esperando a vez do Smashing Pumpkins, restou ao YTG um momento de brilho na execução de "Cough Syrup" a mais conhecida por aqui, e que deu o único fôlego para um show sem vida.


SETLIST

Slow Dive
Anagram
It’s About Time
I Got
Eros
Waves
Cough Syrup
Strings
Paralysis
Camera
Mind Over Matter
My Body