quarta-feira

CELEBRAÇÃO VERDE


GREEN DAY

ANHEMBI SP 20/10/10

Rozineide M Cruz

Muitos foram os convidados mas só, aproximadamente, um público de 20.000 (vinte mil) pessoas participaram da festa ou, como Billy Joel Amstrong, vocalista, guitarrista e líder do Green Day insiste em dizer: “- Isso não é uma festa mas uma celebração”.
E foi mesmo! Chegou ao fim, pelo menos pra nós brasileiros, a turnê “21 Century” do GREEN DAY que passou antes por Porto Alegre, Brasília, Rio de Janeiro e fechou nesta quarta em São Paulo.
E teve de tudo em 3 horas de um supershow – até parece que virou febre esse negócio de 3 horas de show ou, será efeito “Antártica SubZero? Tanto faz. Tudo começa com um urso panda rosa gigante que entra no palco ao som de “YMCA” do Village People e, em seguida “Rock N' Roll Radio” dos Ramones indicava que o show ia começar. Maravilhoso!
Pirotecnia, fantasias, mangueiras pra dar aquele jato d´água na galera da pista Premium, pistola que atirava camisetas no público, desenrolador de papel higiênico fazendo efeitos ou, defeitos especiais, como queiram e, um bem improvisado show de talentos (calouros) inesquecível, principalmente para quem participou. O menino Gabriel que ao ser perguntado por Billy Joel da onde ele era, respondeu com toda pureza do seu coração emocionado de menino: -“Daqui”. Isso depois de ter ensaiado levar um tiro no palco durante a execução da música “East Jesus Nowhere”. Em “Know Your Enemy” outro fã enlouquecido também é convidado a subir ao palco e custa pra pular – dar um “mochi” - de volta na galera como pedia Billy Joel, a vontade era ficar ali mesmo. A garota que matou de inveja milhares de outras ali presentes ao ganhar um beijo na boca de Billy, dançar com ele e, ainda vê-lo ajoelhado aos seus pés cantando “Are We The Waiting”, pode? Mas nada superou a performance do fã ousado que, convidado a subir ao palco, tomou o microfone e mandou ver “Longview” inteirinha, com direito a corridas no palco, beijo na boca do vocalista – inesperado, ele ficou meio sem graça – e, sem nenhum sinal de intimidação diante do público, ainda arrancou uma das baquetas do baterista Three Cool e mandou ver um solo junto com ele. O entusiasmo pela performance foi tanto que contagiou Billy Joel que disse: “– Em nenhum outro lugar encontramos um maluco como esse”. Maluco que acabou levando pra casa uma camiseta escrita “estúpido” apontada para cabeça jogada pelo Billy, a baqueta do Three Cool e a guitarra que estava com o vocalista, como já havia acontecido nas outras apresentações por aqui. Além, de toda saudação do público. Depois dessa, o cara sumiu, também não era pra menos.
Tudo isso, foi muito bem orquestrado pelo “show man” Billy Joel Amstrong. Um maestro, que durante a celebração contou com o hilário baterista Three Cool. Já dava pra perceber que seria mesmo uma grande noite. Um encerramento de turnê no país com uma festa de arromba, assim como eles haviam prometido na coletiva de imprensa em São Paulo.



Alguns podem achar piegas, apelativo, canastrão, circense demais, mas na verdade, se todos buscassem rever a história do rock, aliás esse é o nosso papel, veriam que essa é a face com que o rock se mostrou para o mundo lá no final dos anos 40, tirando as pessoas daquele sono profundo, das amarras falso moralistas chamando todo mundo pra dançar, se expressar, se divertir.
Foi isso que o punk rock – ou, new punk, punk emo como alguns insistem em chamar – do Green Day fez ontem no Anhembi com maestria.


Como não fomos “oficialmente convidados” para a celebração, não entrevistamos ninguém. Fomos apenas público misturado aos fãs, aproveitando pra curtir o show, mas sem deixar o lado critico de lado. Com o olhar atento ao que rolava no palco e vendo a reação do público, dá pra afirmar que ninguém saiu da Arena Anhembi ontem sem ter a alma lavada. Era fácil ver que qualquer um ali aguentaria mais 1, 2 ou 3 horas de show se a banda assim quisesse.
Como é bom poder rever a banda por aqui após 12 anos de ausência mais madura e com um “up” na carreira após o aclamado álbum “American Idiote” – inspirado no maior engodo da América o ex-presidente JSW Bush, filho. Viram? Enfim, ele tem algum mérito!
O set list passou por todas as fases da banda e, ainda, a celebração abriu espaço para homenagear o rock com covers de clássicos, como: “Iron Man” do Black Sabbath, “Sweet Child O’ Mine” do Guns N’ Roses, “Satisfaction” dos Rolling Stones, “Break On Through” The Doors, “Baba O Riley” The Who, “Highway To Hell” ACDC, “Hey Jude” The Beatles, “Shout” Isley Brothers, “Rock N’ Roll” Led Zeppelin, não necessariamente nessa ordem.
Repetindo: Maravilhoso! Quando o show é bom, até os seguranças, que não estão lá pra isso, mas que também são filhos de Deus, viram, e dão aquela olhadinha com um sorriso no rosto. Aí sim! Fã clube renovado e outros tantos velhos fiéis de carteirinha. Esse era o público do Green Day. Não havia espaço para curiosos nem “pousers”. Apenas fãs do velho e bom punk rock tenha ele a cara que tiver no século 21.



Esse foi o Set list do Green Day em São Paulo:

"Song of the Century"
"21st Century Breakdown"
"Know Your Enemy"
"East Jesus Nowhere"
"Holiday"
"Nice Guys Finish Last"
"Give Me Novacaine"
"Letterbomb"
"Are We the Waiting"
"St. Jimmy"
"Boulevard of Broken Dreams"
"Burnout"
"Geek Stink Breath"
"F.O.D."
"J.A.R."
"Stuck With Me"
"Dominated Love Slave"
"Paper Lanters"
"2000 Light Years Away"
"Hitchin a Ride"
"When I Come Around"
Medley: "Iron Man" / "Rock N' Roll" / "Sweet Child O' Mine" / "Highway to Hell" / "Baba O Riley"
"Brain Stew"
"Jaded"
"Longview"
"Basket Case"
"She"
"King For a Day"
Medley: "Shout" / "Break On Through" / "Satisfaction" / "Hey Jude!"
"21 Guns"
"Minority"

bis:
"American Idiot"
"Jesus of Suburbia"

bis 2:
"Whatsername"

"Wake Me Up When September Ends"
"Good Riddance (Time of Your Life)"

As imagens podem ter direitos autorais.

BON JOVI: A ESPERA CHEGOU AO FIM

MORUMBI 6/10/10



Texto: Rozineide M Cruz – a Crug

Quinze anos desde a última passagem, 21 anos desde o primeiro show no país, justamente no Estádio do Morumbi no extinto Festival Hollywood Rock em 89 e, finalmente o dia chegou.
Mais maduros, com uma longa estrada e a bagagem carregada de clássicos o show da banda Bon Jovi no Estádio do Morumbi pode ser relacionado como um dos melhores shows que passaram pelo Brasil em 2010.
Aquela história de que show do BON JOVI é só pra meninas, não cola mais. O Morumbi lotado com um público bem heterogêneo dava bem o clima. Aliás, é falta de respeito e preconceito contra uma banda com quase trinta anos de estrada e muita competência. Ninguém segue lotando arenas e estádios mundo a fora se não tiver competência pra isso. E o show foi prova disso. Sim! As fãs e seus gritos histéricos estavam lá, juntamente com seus acompanhantes os “co...conformados” que já sabem: quando o frontman Jon Bon Jovi pisa no palco, fica difícil negar o que é evidente. Hilário! 
Eles são fãs do cara que povoa os sonhos de suas amadas, e até deles próprios. Quem eles gostariam de ser? John. Hilário!




Tietagem à parte, podemos dizer que valeu, o show foi sensacional. Em tempos de alta tecnologia, Megashows com palcos gigantescos, efeitos especiais, ver um show onde o foco principal é a banda é muito bom. É a esperança de ver preservado em meio a tudo a essência: o rock, o virtuosismo da banda, seus integrantes, as canções e a sua integração com o público. O Bon Jovi trouxe a tona tudo isso; mas errou feio quando na metade do show o guitarrista Richie Sambora assume os vocais de “Lay your hands on me” que na prática como no videoclip, teria a função de incendiar o público de mais de 61.000 pessoas, só que o efeito foi contrário: um incômodo estado de letargia, como um carro que não quer pegar. É a velha história: nem tudo o que é bom se mistura como queijo e goiabada. As mãos que deveriam se erguer ficaram estáticas, o guitarrista parecia cantar pra ele mesmo, o público não veio junto. Ficou um vazio no ar logo preenchido quando Jon Bon Jovi reapareceu no palco. Ufa!




E tinha que ter a velha rivalidade do futebol trazida para o show, afinal estávamos num estádio, e já que o Bon Jovi tinha se apresentado antes para os “hermanos” argentinos em Buenos Aires com um show com 3horas de duração e um set-list com 28 músicas a chama estava acessa, não poderíamos perder para eles. Sabendo disso, logo que chegou a São Paulo o vocalista Jon Bon Jovi foi logo dizendo: - O show em São Paulo não tem hora pra acabar. Bom! Mas pra quem resolveu cronometrar viu que nós perdemos, o show durou 2horas e 55minutos. E quem se importa com os 5 minutinhos, valeu a qualidade. Aqui, até foto do Pelé apareceu nos telões gigantescos nas laterais e no fundo do palco. Foi a maneira encontrada pela banda pra fazer uma média com o público que acabou cedendo.



Foram quase 3 horas de show que, apesar de ter aquela cara de script decorado e ensaiado a exaustão, é impossível negar o carisma e a empatia da banda e principalmente do seu vocalista – Jon Bon Jovi – com o público. Isso ficou claro no “parabéns pra você” puxado por ele na comemoração do aniversário do baterista Tico Torres (7/10). O que o público viu foi uma banda muito mais leve, autêntica,se divertindo muito mais do que cumprindo uma agenda. Os anos finalmente os fizeram relaxar. Com certeza, os fãs que ali estavam, representando as três décadas da banda, não mais os seguem por serem os “rostinhos bonitos”, mas pelas canções que compuseram e acabaram fazendo parte da trilha sonora de suas vidas. Carismáticos ou bonachões, não importa, que os estadunidenses de New Jersey continuem na estrada e não demorem tanto a voltar.











Essas são as músicas do setlist Bon Jovi em São Paulo:

"Blood On Blood""We Weren’t Born To Follow"
"You Give Love a Bad Name"
"Born To Be My Baby"
"Lost Highway"
"Superman Tonight"
"In These Arms"
"Captain Crash"
"When We Were Beautiful"
"Runaway"
"We Got It Going On"
"It’s My Life"
"Bad Medicine ~ Pretty Woman ~ Shout"
"Lay Your Hands On Me" – por Richie Sambora
"Always"
"Blaze Of Glory"
"I’ll Be There For You"
"Have a Nice Day"
"I’ll Sleep When I’m Dead"
"Working For The Working Man"
"Who Says You Can’t Go Home?"
"Keep The Faith"
"These Days"
"Wanted Dead Or Alive"
"Someday I’ll Be Saturday Night"
"Livin’ On a Prayer"
"Bed Of Roses"

Em nota. Voltando as coisas que não se misturam tipo cerveja e refrigerante, cada qual tem o seu lugar e a sua hora. Pois bem, por que fritar, literalmente, uma banda diante de um público tão avesso? Depois de queimado, não tem concerto. O Fresno, banda conhecida como Emo tem o seu lugar, mas, com certeza, não é abrindo pra uma banda de Hard rock como Bon Jovi. Produção, atenção.

As imagens podem ter direitos autorais