ARTIC MONKEYS
Uma das mais importantes bandas da história do rock mundial, Arctic Monkeys chega ao Brasil pela primeira vez com uma turnê solo, para apresentações em São Paulo e no Rio de Janeiro. Esta será a primeira passagem do grupo pelo Brasil com um show completo da banda, fora de apresentações em festivais.
Como parte de sua turnê latino-americana, que será vista ainda na Argentina, Chile e Colômbia, o Artic Monkeys se apresentará no dia 14 de novembro na Arena Anhembi, em São Paulo, e no dia 15 de novembro na HSBC Arena, no Rio de Janeiro. O show de São Paulo faz parte da plataforma Live Music Rocks.
Criada em 2001 nos subúrbios da cidade inglesa de Sheffield, a banda teve seu álbum de estréia, “Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not”, lançado em janeiro de 2006 e ainda detém o recorde de álbum de lançamento mais rapidamente vendido de uma banda no Reino Unido, com 120 mil cópias vendidas somente no primeiro dia. Receberam o Mercury Prize 2006, vários Brit Awards e uma indicação para o Grammy de Melhor Álbum de Música Alternativa.
A banda de rock The Hives foi confirmada para abrir os dois shows brasileiros. Formada em 1993 na Suécia, a banda alcançou sucesso mundial em 2000 com o lançamento do álbum Veni Vidi Vicious.Famosa por suas apresentações altamente energéticas, tendo à frente o vocalista Howlin’ Pelle Almqvist e seu irmão, o guitarrista Nicholaus Arson, a banda tem sido aclamada pela crítica como uma das melhores bandas de rock ao vivo no cenário mundial.
ARTIC MONKEYS
ROCK ALTERNATIVO FAZENDO ARTE
Por Rozineide M Cruz
Eis que em meados dos anos 2000, quando mais uma vez a velha pergunta pairava no ar: "O Rock Morreu?", esse velho sessentão e mutante, é premiado com o surgimento de uma nova pérola Britânica, os ingleses do Artic Monkeys.
A
história do Arctic Monkey começa no natal de 2001, quando os vizinhos
Alex Turner e Jamie Cook, após ganharem guitarras de presente, resolveram
montar uma banda com seus amigos de escola, Andy Nicholson, que tocava baixo, e
Matt Helders, que se tornou o baterista. Sob o nome “Bang Bang”, eles tocavam covers de bandas como Led Zeppelin. Após Alex
assumir o vocal e a tarefa de escrever canções, eles mudaram o nome da banda
para “Arctic Monkeys”, tirado de um grupo do qual o pai do baterista Matt
Helders fez parte nos anos 70.
Após
os primeiros concertos, em 2003, eles começaram a gravar CD demos e distribuí-los
para o público. Como a oferta era limitada, os fãs copiaram as canções e as
disponibilizaram pela Internet. Até um perfil da banda no site MySpace foi
criado, tudo sem que os próprios membros estivessem cientes. Graças a essa
divulgação viral pela rede, a banda começou a ficar famosa. Em 2004, sua
popularidade chamou a atenção da BBC Radio One e da imprensa britânica. Mark
Bull, um fotógrafo amador local filmou uma apresentação ao vivo e fez o
videoclipe para “Fake Tales Of San Francisco”, lançando-o no seu site,
juntamente com a coletânea “Beneath The Boardwalk”.
Em
maio de 2005 a banda lançou seu primeiro EP, “Five Minutes with Arctic
Monkeys”, com apenas 1500 cópias em CD e 2000 em vinil de “7″, mas também
disponível no ITunes. Em junho assinaram contrato com a Domino Records e,
logo depois, tocaram no Carling Stage, palco dos festivais de Reading e Leeds
reservado para bandas menos conhecidas. Em outubro daquele mesmo ano sairia o
primeiro lançamento pela Domino – “I Bet You Look Good on the Dancefloor”, que
foi direto para o primeiro lugar nas vendas de compactos simples do Reino
Unido, com 38.962 cópias. No mesmo mês, estamparam sua primeira capa da revista
New Musical Express. O segundo compacto simples, “When The Sun Goes Down”, saiu
em 6 de janeiro de 2006 e vendeu 38.922 cópias, novamente alcançando o topo das
vendas.
Mesmo
com o vazamento na Internet e o intenso compartilhamento de arquivos, o álbum
de estréia “Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not”, lançado em 2006,
alcançou cifras recordes de venda. As 120 mil cópias no Reino Unido, só no
primeiro dia, ultrapassavam a soma de todos os outros álbuns do “top 20″ do
país nessa data, e a primeira semana foi fechada como 363.735 cópias. Sem
deixar a poeira baixar, em abril de 2006 lançaram um EP com cinco faixas, “Who
the Fuck Are Arctic Monkeys?”, que teve boas vendas, mas poucas execuções em
rádio. Logo após o lançamento do EP, a banda apresentou um novo baixista, Nick
O’Malley. Incialmente, Nick apenas substituiria Andy na turnê pelos Estados
Unidos, mas depois foi anunciado que ele assumiria o lugar definitivamente.
Em
abril de 2007 lançaram o seu segundo álbum, “Favourite Worst Nightmare”, que
logo chegaria à primeira posição nas paradas britânicas. Deste álbum surgiram
três singles, “Brainstorm”, lançado em abril, “Fluorescent
Adolescent”, em julho e “Teddy Picker” em dezembro. No final do ano de 2008, já
com alguns riffs de guitarra e as canções prontas, o
grupo iniciou as gravações do terceiro álbum. Contando com a produção de James
Ford e de Josh Homme, vocalista do Queens of The Stone Age, a banda gravou
“Humbug” que foi lançado em agosto de 2009. Em 6 de junho de 2011 a banda
lançou seu quarto álbum de estúdio intitulado “Suck It and See”.
Em 28 de julho de 2012, o
Arctic Monkeys tocou na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres,
e desde então seu cover da música “Come Together”, dos
Beatles, disparou nas paradas britânicas, bem como seu álbum de estréia,
“Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not”, que atingiu novamente o topo
de vendas seis anos após seu lançamento. Em 9 de setembro de 2013, o álbum
intitulado “AM” foi lançado. O primeiro single deste disco foi a canção “Do I Wanna
Know?”. Em fevereiro deste ano, o Arctic Monkeys ficou com os prêmios de melhor
grupo e melhor disco do ano, por “AM”, no Brit
Awards.
by: Release Divulgação
O ÁLBUM “AM”
As
iniciais da banda, um novo amanhecer, uma frequência de rádio analógica e uma
declaração existencial – o título do quinto álbum do ArcticMonkeys AM sugere
tudo isso e muito mais. E o próprio álbum faz jus sendo, na sincera
opinião do baterista Matt Helders, “o álbum que sempre esperamos criar”.
Começa
com uma batida suntuosamente sintética. Isso foi composto por partes do corpo
humano, pois todos os membros do Arctic Monkeys se reuniram para contribuir com
batidas de pé e batidas com as mãos nos joelhos – “o que pode fazer com que as
pessoas pensem em traje típico alemão”, admite o vocalista Alex Turner, “mas na
realidade é a antítese disso… e também não houve batidas suaves”.
Portanto,
os momentos de abertura de “AM” evitam as sutilezas do hoedown favorecendo um
impulso humano reprimido? “Queríamos criar um jeito diferente de bater palmas”,
explica Turner, “e a forma como Tchad Blake mixou os sons, parece alguém batendo
a cabeça contra um campo de força de ficção científica”.
“Gosto
da forma como se parece madeira morta”, diz Matt Helders, no espírito
desencarnado de bateristas de tempos imemoriais. E essa atenção coletiva
exuberante ao detalhe aural é carregada em cada uma das 12 músicas de AM. Seja
o backing vocal digno de En Vogue em “One For The Road” [Uma pro caminho], a
virada Black Sabbath da bateria em“Arabella” ou o pedal steel em “No 1 Party
Anthem” [Hino de festa Num. 1], os detalhes cativantes nunca se destacam
sozinhos, mas constantemente agregam valor à obra por inteiro.
E
como a meticulosa tecnologia sonora não é útil sem melodias, AM tem isso em
clubes. Da melodia alegre de “Do I Wanna Know” [Quero saber?] para a inebriante
“Mad Sounds” [Sons loucos] ao refrão irresistível de “Snap Out Of It” [Cair
fora disso] , este é um álbum para cantar junto, mesmo se estiver em dúvida se
as letras podem ser tão boas quanto a melodia, antes de descobrir na próxima
audição que são ainda melhores que seu primeiro pensamento.
A
reputação de Alex Turner como criador de frases foi assegurada desde que os
primeiros singles do Arctic Monkeys bateram recorde de álbum de estreia vendido
mais rápido que qualquer outra banda britânica na história.Ainda muito presente
e correto em cinco álbuns, estão os trechos verbais mastigáveis – “summat in
your teeth”, “simmer down and pucker up” – que continuam liberando sabor
através de cada mordida. O jeito
Ditto Turner com piadas de duas linhas (“Been wondering if your heart’s still
open/And if so I wanna know what time it shuts” e “That place on memory lane
you liked looks the same/But something about it’s changed” são dois ótimos
exemplos).
Porém,
o que marca AM como uma evolução do talento como compositor de Alex Turner é a
elegância com a qual essas letras se desenrolam – mudando perfeitamente de
verso para refrão e vice-versa, com a lógica insidiosa das melhores rimas de
Jay-Z. A grande variedade de rimas internas e aliteração tem o efeito
intensificado pelo romantismo na voz de Turner. Ele prolonga frases de “R U
Mine?”, como em “She’s a silver lining lone ranger riding through an open space
in my mind”, como se explorá-las fosse a coisa mais natural e fácil do mundo.
“Fiquei
acordado por várias noites decifrando charadas dessa vez – provavelmente mais
que antes”, admite Turner. “Eu tinha um alvo de dardos no jardim dos fundos e
ficava jogando os dardos sentado, tentando escrever. Definitivamente havia
alguma simetria em como as palavras se encaixavam e onde os dardos ficavam no
alvo – os vários dardos que caíram no chão, me fizeram pensar no triplo vinte”.
Gravado
em um pequeno estúdio em East Hollywood com colaboradores de longa data James
Ford e o co-produtor Ross Orton montando os faders, o terceiro álbum Arctic
Monkeys, produzido em LA, tem os melhores elementos dos dois álbuns anteriores,
e dá a eles um toque completamente novo. Em termos de som geral do álbum AM,
chamaríamos o álbum G-Funk do Arctic Monkeys, mas definitivamente um eco
estranho de “Regulate” do Warren G.
“Se
alguém perguntar ‘esse é o álbum do West Coast?’ a pergunta normalmente teria
uma conotação diferente, mas é isso o que significa para nós”, concorda Turner.
Mas se ninguém esperasse ver Matt Helders mostrando sinais de gangue, seria
decepcionante. O licor de malte dos álbuns do Death Row é seguido por
pelo menos um Bacardi Breezer do que o bateirista costuma chamar de “Música de
namorada – a música que nossas namoradas ouviam na escola enquanto gostávamos
de Dr. Dre”’.
“Com
pessoas como Aaliyah”, Turner explica, “o que é geralmente visto como brega,
tem como a melhor parte as melodias, e queríamos absorver um pouco do como essa
música se transpõe no que estamos fazendo. Isso também funcionou – pelo menos
para a gente – com o rock dos anos 70: todas aquelas bandas, como Black Sabbath
e Groundhogs, que ouvíamos em um volume bem alto no camarim durante a turnê…
Chamamos de ‘bandas combateria de suporte fraco’, pois independente de onde as
baterias estejam, soam como se estivesse trêmulas, mas isso faz parte do que as
tornam notáveis”.
O
Arctic Monkeys estavam completamente conscientes dos perigos inerentes a esses
ingredientes juntos – “é um momento de pura reação química”, admite Turner.
“Você absorve muito de um universo e não consegue o resultado desejado”. Mas a
partir do momento em que “R U Mine” [Você é minha?] começou a definir uma nova
direção, eles sabiam que estavam no caminho certo.
“Quando
começamos a dividir e colocaram dois [Helders e o baixista Nick O’Malley] no
backing vocal juntos, gostamos tanto que simplesmente pensamos ‘Vamos fazer um
álbum em torno disso’”, explica Turnner. A partir daí, eu cantaria a parte
principal e eles fariam a base harmônica vocal”.
Estavam
fazendo aquilo com as mãos quando alcançaram as notas altas? “Tudo está nas
mãos, mas ajuda se balançar um pouco a cabeça também”.
A
tecnologia também fez a sua parte, mas não do tipo estado-da-arte. “Mesmo antes
da banda, eu costumava brincar com um antigo gravador de fita-cassete que era
do meu pai”, lembra Turner. “Depois ganhei um de aniversário no ano passado, e
gostei muito do som. Então trabalhamos nele por três semanas direto até
desgastar o mecanismo. Eu definitivamente acreditava em músicas que existiam em
partes do equipamento e você tinha apenas que liberá-las – devemos alguns
refrões àquela máquina. Não havia muito espaço, mas se Matt tocasse bem
suavemente, soaria exatamente como uma amostra. O som que fizemos dessa forma
se tornou o DNA do álbum inteiro”.
Um
dos principais temas de AM parece retomar coisas que caíram no desuso e
descobrir o quanto podem ser novas, independente de ser um antigo gravador de
fita-cassete, ou “I Wanna Be Yours” [Quero ser seu], o poema vintage de John
Cooper que transformam em uma mixagem lenta de música disco na última faixa do
álbum. Quem já viu o Arctic Monkeys tocar ao vivo no ano passado – da cerimônia
de abertura das Olimpíadas de 2012 ao palco principal no Glastonbury numa
sexta-feira – já viu (e ouviu) os benefícios desta abordagem de mente aberta.
“Houve
uma época em que não conseguia tocar ‘Fake Tales of San Francisco’”, admite
Turner, “mas agora conseguimos fazer um ótimo cover. Há uma empolgação em
relação a este álbumnovo que facilita fazer jus aos anteriores. Você chega em
um ponto em que conhece algo bem o suficiente para saber que está OK, e nem
tudo tem que ser sobre você”.
O
Arctic Monkeys talvez seja a primeira banda na história do rock a ir para LA e
descobrir que não é tudo sobre eles. Quem imagina que isso soa um pouco maduro,
provavelmente se tranquilizará pela última coisa que eles realmente gostaram em
relação à onda sonora de AM que adorna a capa do álbum. Alex Turner ri: “Parece
um sutiã”.
by: Ben Thompson
Membros
·
Alex Turner – guitarra e vocal
·
Jamie Cook – guitarra
·
Nick O’Malley – baixo e vocal de apoio
·
Matthew Helders – bateria e vocal de apoio
Discografia
·
Whatever
People Say I Am, That’s What I’m Not (2006)
·
Favourite Worst Nightmare (2007)
·
Humbug (2009)
·
Suck It and See (2011)
·
AM (2013)
As imagens podem ter direitos autorais
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