quinta-feira

Foo Fighters
ALTOS E BAIXOS NUMA NOITE LONGA – via satélite

MORUMBI SP 23/1/15 e MARACANÃ RJ 25/1/15


Por: Rozineide M. Cruz


“Acendam as luzes. Deixa eu ver as pessoas que estão aqui. “Oi, meu nome é Dave. Prazer em conhecê-los. Quero cantar essa perto de vocês. Vocês têm uma linda bandeira, vocês têm uma linda camisa de futebol e, claro, lindas mulheres”, elogiou o vocalista quando saiu do palco e caminhou até a ponta da passarela, quase no meio do estádio, para tocar “Skin and Bones” . “Isso está lindo pra caralho”,agradecimento ao estilo David Grohl surpreendido pelas luzes dos celulares e lanternas que iluminaram o Morumbi.

“Tem shows que eu lembro pra sempre, outros simplesmente esqueço”. “Escorreguei e caí de bunda na primeira música, isso eu não vou esquecer, o estádio todo iluminado pelos celulares, isso eu não vou esquecer, o público cantar junto todas as músicas do show, isso não acontece todas as vezes” – David Grohl. O seu sorriso e camaradagem nós também não vamos Dave. Assim, os fãs que estiveram no Morumbi na última sexta-feira 23 de janeiro marcaram o vocal David Grohl e o Foo Fighters, assim ele brindou a todos nós.




Não podemos falar de forma mais ampla sobre o show, pois nossa visão ficou restrita a transmissão ao vivo pela internet no canal da Sky Live, que estava muito ruim com dificuldades na captação do sinal, mas alguns momentos marcantes e a idéia da performance da turnê “Sonic Highways” do Foo Fighters, essa nós conseguimos captar para compartilhar com quem estava e com quem não estava no Morumbi.
É “chover no molhado” dizer que o Foo Fighters nas duas últimas décadas, sempre faz shows em grandes arenas e arrebenta por onde passa. Que a voz e os “gritos” de David Grow, atraem cada vez mais um público mais jovem que provavelmente, nem eram nascidos quando o Nirvana banda embrionária do então baterista David Grohl arrebatava o mundo do rock e, de que essa é a terceira passagem da banda pelo Brasil e a primeira em apresentações solos, fora de festivais, tudo isso já foi falado. Então vamos falar das “Estradas Sonoras” do Foo Fighters.
Não seguir roteiro algum a não ser o de subir no palco e se divertir pra valer com os amigos e os milhares de convidados pagantes, cerca de 60.000 mil, numa festa sonora sem hora certa pra acabar. Isso é o que fez parecer o “bom camarada” David Grohl e os Foo Fighters. Mas é claro que é pura simulação, tudo é muito bem orquestrado.
Embora os clássicos da banda estivessem presentes, com algumas ausências bem sentidas como as favoritas da primeira fase da banda "This is a Call", "Big Me" e "Generator" alguns podem ter sentido tédio por conta dos longos solos, clássicos muito estendidos como "Monkey Wrench" e das interrupções de Grohl para as habituais brincadeiras com o público. Para quem assistia “online”, também corria o risco de ficar disperso. Nem mesmo "I'll Stick Around", a única faixa do trabalho homônimo de estréia (de 1995) a ser tocada, não empolgou o público como deveria. Mas, ao levar em conta o título da turnê mundial “Sonic Highways” que também intitula o 8º álbum da banda e o Documentário exibido pela HBO, que mostra os caminhos percorridos por rodovias de várias cidades dos EUA pelos integrantes do FF na busca pela identidade musical e a descoberta das influências sonoras que se refletiram nesse trabalho, entendemos a atitude no palco e como tudo se encaixa perfeitamente. O show é o resultado de uma grande viagem sonora de quem caiu na estrada, parou algumas vezes pra conversar, experimentar novos arranjos para antigas músicas como se estivessem ensaiando na garagem e, pra diversão ficar completa, por que não deixar rolar uma jam de covers de quem os influenciou e os fez estar hoje onde estão? Talvez se o conceito fosse outro, o show teria no máximo 1h e 30min de duração, mas aí não seria um show solo do Foo Fighters com as brincadeiras, palavrões e os berros de David Grohl.
Se a chuva durante os shows dos Raimundos e Kaiser Chiefs e, o som baixo e desajustado irritou os fãs, os momentos inusitados o tornaram inesquecível. O tombo logo de cara despercebido por alguns de David Grohl, os papéis vermelhos picados lançados durante a execução de “The Pretender”, o pedido de casamento do fã Vinícios para a fã Mônica no palco com a benção do mestre de cerimônias David Grohl parlamentado com a bandeira do Brasil enrolada no pescoço, o show de luzes dos celulares vindo das arquibancadas e contagiando todo o Estádio do Morumbi, o presente para os fãs do baterista Taylor Hawkins assumindo os vocais em alguns momentos para o descanso de Grohl como no cover “Tie Your Mother Down” do Queen onde, David Grohl volta ás origens assumindo a bateria do Foo Fighters e nos remetendo a lembrança da sua primeira apresentação no mesmo Morumbi com o Nirvana á mais de 20 anos. Inesquecível!


 


Já o show do Maracanã no Rio de Janeiro no último dia 25 de janeiro com transmissão ao vivo pelo canal Multishow, acabou sendo a cereja do bolo da turnê brasileira da banda para os fãs e, a redenção do canal após os problemas na transmissão do show de Paul McCartney em São Paulo em novembro do ano passado. Pena não ter havido acordo para transmissão dos shows de abertura dos Raimundos e Kaiser Chiefs. Os clássicos e os covers estão no setlist dos shows de São Paulo e Rio de Janeiro, incluindo “War Pigs” do Black Sabbath. Boa viagem nas “Rodovias Sônicas” do Foo Fighters!







“Obrigado por terem vindo e esperado na chuva por um show de rock. Esse é um grande show do Foo Fighters. Eu gosto de vocês. Vocês são muito legais”. Ok Dave! Volte sempre.




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