ARCTIC MONKEYS e
THE HIVES
Insanidade e Melodia Num Clima de Primavera Londrina
Arena Anhembi 14/11/2014
Por: Rozineide M Cruz
A banda sueca The Hives definitivamente não é de pisar no palco, fazer o som rolar e deixar o
público na maresia. Muito pelo contrário. O show do The Hives é pólvora pura,
acende e incendeia a loucura e a alegria geral. O pano de fundo do cenário da
banda ilustra isso muito bem. O vocalista Howlin' Pelle Almqvist (Per Almqvist) e seu
irmão o guitarrista Nicholaus Arson (Niklas Almqvist) dão o tom da encenação no palco com o
insano controlando a todos como marionetes do show, enquanto o
baterista Chris Dangerous (Christian Grahn) segura o ritmo da loucura na cozinha da banda. É
show pra quem procura a pura diversão livre de qualquer compromisso.
Mas a noite era mesmo londrina e, num clima totalmente inverso, sobem ao
palco os britânicos do Arctic Monkeys por volta das 23h05m contando com uma
grande expectativa do público.
A atmosfera era de primavera londrina. Noite fria de garoa banhada a som
melódico e voz impecável do vocalista Alex Turner. Com pinta de "sex
simbol" diferente de muitos "front man", não fez média com o
público. Logo de cara abriram o show com o single "Do I Wanna Know?"
sucesso nas paradas do mundo inteiro. Em raro momento de interação com o
público durante todo o show, Alex Turner introduz outro mega sucesso da banda
mais uma faixa do aclamado álbum AM "Arabela" dizendo: "- Estou
procurando uma garota chamada Arabela". E foi só.
Um show faixa a faixa, coeso de uma banda
extremamente profissional e agora mais madura. A fase da efervescência do som
de garagem, cru e energético envolto num visual adolescente dos primeiros
tempos passou. Da voz suave e firme de Alex Turner passando pelas notas
melódicas da guitarra de Jamie Cook e do baixo de Nick O’Malley até a batida
pulsante da bateria de Matthew Helders fica evidente o crescimento do Arctic
Monkeys e, o porquê deles terem se tornado em tão pouco tempo um dos grandes
ícones do rock mundial.
Em aproximadamente 1h30m (uma hora e trinta
minutos) o show do Arctic Monkeys em São Paulo assim como em Santiago no Chile no último dia 11
de novembro, com exceção de "Mardy Bum" (trecho) introduzida já
no final do bis, teve o mesmo setlist:
"Snap Out of It"
"Arabella"
"Brianstorm"
"Don't Sit Down 'Cause I've Moved Your Chair"
"Dancing Shoes"
"Teddy Picker"
"Crying Lightning"
"No. 1 Party Anthem"
"Knee Socks"
"My Propeller"
"All My Own Stunts"
"I Bet You Look Good on the Dancefloor"
"Library Pictures"
"Why'd You Only Call Me When You're High?"
"Fluorescent Adolescent"
"505"
BIS
"One For the Road"
"I Wanna Be Yours"
"Mardy Bum" (trecho)
"R U Mine?"
PITACOS DA CRUG
A Turnê do aclamado álbum "AM" do Arctic Monkeys que viajou por várias cidades do mundo e que passou por São Paulo no último dia 14 deste mês, é um ótimo show de banda "top" inglesa com aspectos britânicos. Explico. O Arctic Monkeys seguindo a linha do seu último álbum "AM", nos remete a um passado recente do meio musical, onde, o foco está na banda e não em uma mega produção. Embora seja um show bem produzido com cenário, luzes e alguns efeitos ambientados ao álbum "AM", em nenhum momento o público se distrai com outro atrativo que não seja a banda. É o Arctic Monkeys pelo Arctic Monkeys.
Os aspectos britânicos ficam por conta da fria noite de garoa em São Paulo típica de clima londrino e do público que cantava como se estivesse embriagado vendo o show dentro de um "pub" inglês. Tudo muito frio, faltou a empatia. Em nenhum momento houve aquela explosão que costumamos ver em shows aqui no Brasil. Era como ver um avião ligar as turbinas mas não levantar vôo.
Um show denso que pedia um espaço fechado, uma outra dinâmica que aproxima-se mais público e banda. Enfim, eram paulistas ou paulistanos, tanto faz, como disse o vocalista Alex Turner, vivenciando a experiência de ser britânico por uma noite diante de uma produção mega com ar de alternativo.
As imagens podem ter direitos autorais
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