Rozineide M. Cruz
O rock já é um senhor na casa dos seus 65 anos. Então, antes de seguir com esta matéria queremos lembrar aos rockeiros mais radicais que, ao longo desses 65 anos o rock nunca se manteve estático. Sempre inovador, nascido da mistura do blues com o movimento da música negra a partir dos anos 40, se mantém até hoje como um inquieto adolescente criando novos estilos a cada década buscando sempre novas tendências.
Nenhum estilo de música tem mais ramificações do que o rock, e cada uma delas tem a sua estrada, seu espaço e fãs ardorosos que as seguem, gostem ou não. O Festival Lollapalooza é prova disso. Então, abrimos espaço em respeito a nova geração pra falar de uma vertente dentro do rock que se mantém viva ao longo dessas 6 décadas, o Pop Rock.
O Lolla 2015 deixou bem claro que a maior fatia do bolo ficou por conta do Pop Rock Britânico (Britpop) e o Indie Rock americano. Destacamos o show de algumas bandas e de representantes do rock brazuca.
THE KOOKS
Uuu, Ooh, Lálálá mãos pra cima
Os ingleses do The Kooks liderados pelo vocalista e guitarrista Luke Pritchard apontados como "os queridinhos do público feminino do Lolla", fizeram um show para um mar de gente, surpreendentemente, um dos maiores públicos do festival. Músicas de refrões fáceis, com muito suingue e menos do folk e do indie rock do início da carreira foi a deixa para manter a energia dos fãs em alta do começo ao fim. A banda apresentou faixas que foram desde o novo "Listen" de 2014 até a aguardada "Naive" do álbum de estréia em 2006 "Inside In/Inside Out".
SETLIST
Around Town
Ooh La
It Was London
Bad Habit
Down
She Moves in Her Own Way
Eddie’s Gun
Seaside
Westside
Always Where I Need to Be
Sway
Forgive & Forget
See Me Now
Sofa Song
Junk of the Heart (Happy)
Naive
Alternativo dançante e carismático
O power trio californiano do Foster The People, liderados pelo vocalista e, praticamente dono da banda a qual dá nome, Mark Foster que conta ainda na sua formação com Mark Pontius na bateria, Cubbie Fink no baixo e outros músicos que dão suporte à banda nas apresentações ao vivo, foram uma das atrações mais celebradas do Festival. Com apenas dois álbuns lançados "Torches" 2011 e "Supermodel" 2014, eles mostraram domínio de palco com todos os ingredientes do pop de boa qualidade, dançante, carismático e envolvente justificando sua escalação para o palco principal. O show alternativo climatizado pelo jogo de luzes e imagens que aqueceram o final de tarde princípio de noite em Interlagos foi tudo o que os fãs do FTP esperaram pra ver .
SETLIST
Pseudologia Fantastica
Houdini
Helena Beat
Best Friend
Waste
Coming of Age
Are You What You Want to Be?
A Beginner’s Guide to Destroying the Moon
Life on the Nickel
Call It What You Want
Miss You
The Truth
Pumped Up Kicks
Don’t Stop (Color on the Walls)
INTERPOL
melancólico e introspectivo
Nem tudo aqui é pop. O Interpol é uma das boas surpresas do rock nascente dos anos 2000. Pena o show do único representante legítimo do indie rock gótico no Lollapalooza ter sido tão frio e burocrático.
O domingo já estava cinzento, após a aparição dos americanos do Interpol no palco, o tempo fechou de vez. Representantes da cena novaiorquina de indie rock e do pós punk, contemporâneos de bandas como Strokes, na sua terceira passagem pelo Brasil, se esperava mais da apresentação da banda.
O show melancólico e introspectivo com duração de 50' minutos cravados, focou mais as músicas do último álbum "El Pintor" o que deve ter irritado os fãs mais ardorosos que sempre esperam ouvir os hits de sua banda. Duas curiosidades sobre o Interpol: a banda é americana mas a postura é inglesa e, a outra curiosidade fica por conta do vocalista Paul Banks que parece ter incorporado o timbre de Ian Curtis do Joy Division nos seus vocais. Para quem tem saudades da banda inglesa, basta fechar os olhos e ouvir.
SETLIST
Anywhere
Leif Erikson
Evil
Narc
Rest My Chemistry
Everything Is Wrong
The New
PDA
Not Even Jail
NYC
All the Rage Back Home
Slow Hands
THREE DAYS GRACE
linear e nostálgico
Após entrada do novo vocalista, Matt Walst irmão do baixista Brad Walst, os canadenses do Three Days Grace provaram que continuam apresentando mais do mesmo.
Apesar do visual dark e de alguns bons solos de guitarra mostrarem sua vertente "new metal", a performance da banda não teve o mesmo peso do seu visual. O show foi bem linear, com pitadas de emoção e nostalgia por conta da inclusão de músicas desde o primeiro álbum da banda lançado em 2003, o que deve ter tocado fundo o coração dos fãs saudosistas. Destaque para "I Hate Everything About You Live" que dá título ao primeiro álbum e é até hoje o maior hit do Three Days Grace.
SETLIST
I Am Machine
Pain
Break
Just Like You
Chalk Outline
Home
Animal I Have Become
Painkiller
Human Race
The Good Life
I Hate Everything About You
Never Too Late
Riot
BASTILLE
Pop SIMPLES E CATIVANTE
Eles se apresentaram como quem quer festejar. Era o fim da turnê do primeiro álbum "Bad Blood" que durou mais de 2 anos e a primeira vez no Brasil diante de um público enorme e empolgado.
O quarteto inglês Bastille mostrou a força do seu indie pop no palco alternativo do Lolla, colocando todo mundo pra dançar sem medo de introduzir misturas inusitadas em seu setlist como "Angels" do The XX, "No Scrubs" da girl band TLC e o cover de "Rhythm of the night" da Corona. Éh! Que jogue a primeira pedra quem nunca curtiu uma balada ao som de bandas pop rock anos 80 de boa qualidade.
O Bastille está só começando, as letras melosas e açucaradas tem tudo para amadurecer e, além do trunfo da voz de Dan Smith, cheia de falsetes e envolvente ao longo de todo show, o instrumental da banda também mostra momentos líricos como em "Oblivion".
Para quem encarou tocar no mesmo horário do disputado show de Jack White, dá pra dizer que esses ingleses venceram no Lolla. Eles estavam no palco certo (Alternativos) diante do público certo para fechar em alta a sua turnê.
O quarteto inglês Bastille mostrou a força do seu indie pop no palco alternativo do Lolla, colocando todo mundo pra dançar sem medo de introduzir misturas inusitadas em seu setlist como "Angels" do The XX, "No Scrubs" da girl band TLC e o cover de "Rhythm of the night" da Corona. Éh! Que jogue a primeira pedra quem nunca curtiu uma balada ao som de bandas pop rock anos 80 de boa qualidade.
O Bastille está só começando, as letras melosas e açucaradas tem tudo para amadurecer e, além do trunfo da voz de Dan Smith, cheia de falsetes e envolvente ao longo de todo show, o instrumental da banda também mostra momentos líricos como em "Oblivion".
Para quem encarou tocar no mesmo horário do disputado show de Jack White, dá pra dizer que esses ingleses venceram no Lolla. Eles estavam no palco certo (Alternativos) diante do público certo para fechar em alta a sua turnê.
SETLIST
Weight of Living, Pt. II
Laura Palmer
Overjoyed
Poet
Things We Lost in the Fire
The Driver
No Angels
These Streets
The Silence
Oblivion
Laughter Lines
Icarus
The Draw
Flaws
Of the Night
Pompeii
KASSABIAN
Guitarras e baixo com a força do rock e Bateria Pulsante sob influência do eletrônico e da House Music
Não dá pra negar que as apresentações da banda inglesa Kasabian são sempre muito energéticas principalmente pela forte influência do eletrônico. Prova disso é a cover de "Praise You" do Fatboy Slim.
A proposta do Kasabian é de um rock alternativo cheio de veracidade e integração com o público mas, sem "chavecos" nem declarações profundas de amor ao país.
Um show consistente, mais curto, que deixou evidente a presença do eletrônico mas com mais peso nas guitarras, baixo e bateria pulsantes. O público diante do palco Onix pode não ter sido o maior mas, com certeza, eram os fãs do Kasabian que sabiam o que estavam aguardando e foram brindados logo de cara com a eletrizante "Bumblebeee" .
O sempre irreverente e carismático Sergio Pizzorno guitarrista e o responsável pelas letras do Kasabian foi destaque no palco cantando em momento solo ou simplesmente fazendo back in vocals com o seguro vocalista Tom Meighan.
SETLIST
Bumblebeee
Shoot The Runner
Underdog
Days Are Forgotten
I.D.
eez-eh
Club Foot
Treat
Empire
Fire
Stevie
Vlad the Impaler
Praise You (Fatboy Slim)
L.S.F. (Lost Souls Forever)
KONGOS
Alternativos com várias influências e som encorpado
Os sul-africanos do Kongos formado pelos irmãos Dylan Kongos, vocal e baixo, Daniel vocal e guitarra, Jesse vocais e bateria e, Johnny acordeão e teclados são quase uma banda de world music tamanha é a mistura de influências que eles apresentam, folk, rock, indie rock, pop, reggae e até house music. A introdução do acordeão nas músicas faz lembrar o som folclórico de bandas folk surgidas nos anos 60 como Buffalo Springfield. Surpreenderam com covers de clássicos dos Beatles, "Come Together" e New Order "Blue Monday" além de agitarem com a conhecida "Come With Me Now". O certo é que eles ganharam o público por aqui sendo uma grata surpresa do Festival.
Hey I Don't Know
Sex on the Radio
Sex on the Radio
Kids These Days
I Don't Mind
It's a Good Life
Come With Me Now
Come Together
(The Beatles cover)
I Want to Know
Take It from Me
I'm Only Joking
Blue Monday
(New Order cover)
YOUNG THE GIANT
O mais do mesmo sem brilho
Slow Dive
Anagram
It’s About Time
I Got
Eros
Waves
Cough Syrup
Strings
Paralysis
Camera
Mind Over Matter
My Body
ROCK BRAZUCA
PITTY
SETLIST
Take It from Me
I'm Only Joking
Blue Monday
(New Order cover)
YOUNG THE GIANT
O mais do mesmo sem brilho
Bem que os integrantes do Young The Giant e o performático e bom vocalista Sameer Gadhia tentaram mas, não conseguiram levantar o público. Isso porque, fica difícil quando surge no palco mais uma banda americana de indie rock apresentando mais do mesmo. Sem muito a acrescentar, diante do público inerte que se mostrava firme diante do palco Axe só esperando a vez do Smashing Pumpkins, restou ao YTG um momento de brilho na execução de "Cough Syrup" a mais conhecida por aqui, e que deu o único fôlego para um show sem vida.
SETLIST
Anagram
It’s About Time
I Got
Eros
Waves
Cough Syrup
Strings
Paralysis
Camera
Mind Over Matter
My Body
ROCK BRAZUCA
PITTY
Com Mescla de novos e antigos sucessos ela mostrou a força do rock nacional que merecia estar no palco principal
O rock brazuca foi muito bem representado pelo ícone feminino dos anos 2000, Pitty. E que show! Melhor do que muito gringo que passou pelo Lollapalooza 2015. Maduro, forte, consistente, sequência de músicas matadoras que seguraram a energia junto ao público no alto do começo ao fim.
Em show mais curto ela apresentou velhos hits com arranjos diferentes mais pesados como "Máscaras", "Admirável Chip Novo" e novos como o single de abertura "Setevidas" que dá título ao seu último álbum. Destaque para "Me Adora" cantada em coro foi de arrepiar.
Escalada pra tocar no mesmo horário dos californianos do Foster The People em palco secundário, Alternativo Axe, teve postura e atitude de roqueira para vencer o desafio. O público menor mas repleto de fiéis fãs seguidores da Pitty, mostrou que a missão dada foi missão cumprida.
SETLIST
"Setevidas"
"Admirável Chip Novo"
"Deixa Ela Entrar"
"Memórias"
"Um Leão"
"Pulsos"
"Boca Aberta"
"Me Adora"
"Na Sua Estante"
"Máscara"
"Pouco"
"Serpente"
As imagens podem ter direitos autorais.
"Admirável Chip Novo"
"Deixa Ela Entrar"
"Memórias"
"Um Leão"
"Pulsos"
"Boca Aberta"
"Me Adora"
"Na Sua Estante"
"Máscara"
"Pouco"
"Serpente"
É isso. Agora é esperar o Lolla 2016, torcendo para o rock nacional voltar a ter prestígio e não ser só uma alternativa do alternativo.
As imagens podem ter direitos autorais.
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