Rozineide M. Cruz
Após sete dias de muito som distribuídos em dois finais de semana de 18 a 27 de setembro, chega ao fim a 6ª edição brasileira do "Rock In Rio 2015". E, como não poderia deixar de ser, destacamos os shows de todos os estilos e vertentes que representam o bom e eterno rock. Afinal, o rock esteve no Rio! A nossa cobertura à distância nos impede de falar do público e da estrutura do Festival. Então, vamos logo ao que interessa. No primeiro final de semana do Festival o rock mostrou sua cara pop, veterana saudosista, rock, heavy e algumas falhas técnicas.
1º Dia – 18 de Setembro
Celebração, Saudosismo, Mistura
e Um
Play a Mais Pro
Rock!
Abertura Show 30 Anos de Rock In Rio
Se o nome de batismo do Festival já causa arrepios nos roqueiros mais
radicais pelo seu conteúdo heterogêneo, o que dizer da mistura promovida logo
na abertura pra comemorar os 30 anos do Rock In Rio? É certo que a organização
do Festival tinha a ideia de homenagear os participantes nacionais das 5
edições anteriores. Mas, o resultado da "mistureba" não foi de um
público mega empolgado e, ainda ficaram evidentes as falhas técnicas no áudio
nas apresentações de Frejat, Dinho Ouro Preto do Capital Inicial e Andreas
Kisser do Sepultura que, juntamente com os Titãs, protagonizaram os melhores
momentos do show. Por fim, perderam a oportunidade de mostrar a força do Festival
como um divisor de águas aproveitando o palco mundo como uma tela gigantesca
para exibir a cena musical no Brasil como era "antes" e como ficou
"depois" do Rock In Rio seguindo sua trajetória até hoje.
Setlist
Setlist
THE SCRIPT
Pop rotulado de rock Irlandês
Primeira atração gringa do palco mundo o trio irlandês The Script já entrou com toda empolgação abrindo o show com "Paint The Town Green" balada folk recebida com balões verde e branco, as cores da bandeira da Irlanda, agitados pelos fãs e, assim, em menos de uma hora, diante do maior público até hoje de sua curta carreira, eles viveram um momento mágico! Afinal, era o último show da longa turnê do álbum "No Sound Without Silence", lançado em 2014 que durou exatos um ano e quatro meses e no Rock In Rio isso deixou a banda em estado de graça. O carismático vocalista Danny O'Donoghue que já tinha aprendido algumas palavras em português, entrou na empolgação do "...vamos fazer barulho aí, pula, pula" levando esse "hit" até o final do show, só faltou o "sai do chão". Ele foi literalmente pra galera em "You wan't feel a thing", sentir o que rola na pista, até se apoderou de uma câmera da equipe de tv para gravar cenas do público. Em "Man who can't be moved" Danny, depois de um "olê, olê, olê, olê" deixou o guitarrista Mark Sheehan convidar a multidão pra tirarem uma self com a banda vestida com as camisas da seleção. Nada original mas valeu. As mais conhecidas "Breakeven" e "Superheroes" foram cantadas em coro assim como "Hall of fame" que fechou o show com a multidão iluminada em delírio e Danny enrolado na bandeira do Brasil afirmando que esse era o primeiro show por aqui, mas sem dúvida não será o último. Não dá pra saber se eles com seu pop "baladinha" conquistaram mais alguns fãs brasileiros, mas com certeza, eles foram conquistados pelo Brasil. Para nós ficou a certeza de que, banda fraca faz o show parecer bom e ganha público quando tem vocalista simpático e carismático.
A banda
americana OneRepublic estreou com o pé direito no palco do rock in rio. Com um
pop rock de primeira, coeso, pulsante, alternando momentos densos com solos
instrumentais e percussão envolvente.
O
vocalista Ryan Tedder fez de tudo para agradar o público. Carismático o
"frontman" da banda mostrou que boa parte da força do OneRepublic
passa por ele. Longe do que muitos poderiam pensar, Ryan deu provas de que não
é só o "hitmaker" de várias estrelas, mas um bom compositor,
multiinstrumentista e, porque não dizer, cantor. Em vários momentos ele usou e
abusou de falsetes junto aos belos arranjos que puderam ser bem ouvidos graças
ao som cristalino do Festival como em "Apologize", momento intimista,
o som mais conhecido da banda teve solo de piano, acompanhamento de baixo
acústico e introdução de "Stay with Me" de Sam Smith. Em "All
the right moves" outro momento de belos arranjos, começando pelo coral das
crianças no telão, forte percussão e lindos efeitos de luzes, aliás, ao longo
de todo o show. O solo de violão acústico espanhol acompanhado de batidas
castanholas antes do hit "Counting Star", a introdução da cover de
"Seven Nation Army" do White Stripes antes da pulsante "Love
runs out" mostrou a força instrumental da banda. Mas nada foi mais épico
do que o rufar dos tambores iluminados em "If' lose myself" que
encerrou o show em grande estilo. Um verdadeiro luxo para uma banda de pop
rock, pena terem sido pouco apreciados pelo público que se mostrava ansioso
pela atração principal, o Queen.
Pela
primeira vez no Brasil, se o repertório da banda não era muito conhecido por
aqui, o carismático Tedder se encarregou de conquistar a massa:
"...obrigado por nos receberem aqui esta noite" disse Tedder" e,
em outros momentos seguiu falando: "...estar aqui hoje é a realização de
um sonho". Ele não vestiu a camiseta da seleção mas, em "Good
Life" a banda expressou uma homenagem as belezas da cidade do Rio de
Janeiro exibidas ao fundo no telão gigante terminando com a bandeira do Brasil e,
assim como Danny O'Donoghue do Script, também foi pra galera com a câmera na
mão captar o calor da massa. Praticamente na condição de banda de abertura,
Ryan Tedder não escondeu seu lado fã e dos outros integrantes ao mostrar a
tatuagem da fita K-7 do Queen no braço do emocionado guitarrista Drew Brown e
dizer "...o primeiro disco que comprei era dessa banda... por ter a honra
de tocar no mesmo palco, se eu morresse hoje, morreria feliz". Não precisa
chegar a tanto.
Enfim, OneRepublic entregou o palco mundo no clima para receber o "head-line" da noite, Queen+Adam Lambert super aquecido.
Setlist
Don’t Look Down
Light It Up
Secrets
All The Right Moves
Stop and Stale
Something I Need
Apologize
Good Life
Counting Stars
Feel Again
I Lived
“Seven Nation Army”
Love Runs Out
If’ Lose Myself
QUEEN+ADAM LAMBERT
Os suditos aos pés da rainha e seu eterno rei onipresente
1985, o ano na cidade do rock que não quer
acabar. Nem parece! Mas faz 30 Anos que o primeiro grande festival de música
trouxe ao Brasil a realeza e seu rei e, á partir daí transformou gerações de
fãs em eternos súditos de sua "Magestade" Queen. A história do Queen
fala por si só dispensa apresentação. Em duas horas de show, só hits entoados
em coro pela massa. Para os mais novos pouco importa as desafinadas de Adam
Lambert ou se em músicas onde o grave de Freddie era poderoso, como em
"Save-me" e "Crazy Little Thing" ele, simplesmente, não
consegue alcançar as notas. O importante é que com ele veio a oportunidade de
ver os outros membros da realeza, Brian May e Roger Taylor. Assim, Adam Lambert
e suas poses performáticas+agudos foram igual
á diversão.
Todos têm consciência de que é impossível substituir a
"Lenda", o eterno Freddie Mercury. Adam Lambert que foi convidado por
Brian May, após ver uma apresentação sua no "American
Idol", a cantar no Queen e não a substituir Freddie, sabe muito bem
disso, assim como os remanescentes da banda. Carismático com uma postura
humilde abrindo espaço em alguns momentos do show até para a "onipresença"
de Freddie, Lambert mostrou-se muito digno e corajoso diante da
responsabilidade de segurar os vocais de uma das maiores bandas de rock de
todos os tempos que foi liderada por um dos maiores “frontman” da história do
rock. Com agudos possantes ele conquistou o público, divou muito, mas como
disseram os companheiros de banda: "... o próprio Freddie ficaria muito
feliz com a performance". Será?

Foi realmente apoteótico, saudosista e
emocionante para o Festival! Momentos interessantes como o dueto de bateria entre Roger
Taylor e o filho, ainda que fraco. O performático Adam Lambert deitado em seu
divã roxo, hilário! Brian May emocionadíssimo no solo de "Love of my
life" no violão como há trinta anos, essa, praticamente, se tornou o
"hino do Rock In Rio". A imagem de Freddie Mercury no telão cantando
"Bohemian Rhapsody" acompanhado em coro pela multidão de 85 mil
pessoas.
E, o final apoteótico da noite quando o público
tomou conta do show diante do coroado Lambert e, um mar de mãos pra cima como
em 85, que pareciam regidos pelo espírito de Freddie, cantaram "We will
rock you" e "Whe are the champions" numa noite inesquecível para
quem só queria chegar perto da realeza do rock ou, o que restou dele! Aos
fãs mais radicais é bom lembrar que Adam Lambert tem vida musical própria e,
esses shows são pontuais e não uma volta criativa do Queen. Mesmo porque, o rei
não está presente para reger sua rainha. Vida eterna a sua Majestade!
Setlist
Stone Cold Crazy
Another One Bites The Dust
Fat Botto Med Girls
Lap Of The Gods
Seven Seas Of Rhye
Killer Queen
Don't Stop Me Now
Break Free
Somebody to Love
Love Of My Life
It's a Kind Of Magic
Drum Battle
Under Pressure
Save Me
Ghost Town
Who Wants To Live Forever
*Guitar Solo
Show Must Go On
I Want It All
Radio Gaga
Crazy Little Thing
Bohemian Rhapsody
Bis
We Will Rock You
We Are The Champions
As imagens podem ter direitos autorais.
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