ROCK IN RIO 30 ANOS
Avalanche Metal Invadiu os Palcos do Rock In Rio
2º Dia – 19 de Setembro
Falhas, despedida, surpresa e atitude dominaram o palco mundo
Rozineide M Cruz
GOJIRA

Hora da despedida
Fãs no palco, apagão e novas interpretações para velhos hits
Setlist
Fake Healers
Zombies
Fight The System
Noturn At All
Woman In Chains (cover Tears For Fears - white Maria Odette Bianchi)
Cowboys From Hell (cover Pantera)
Noturnal Human Side
Exceptional (cover Unisonic - white Michael Kiske and Mike Orlando)
Sugar Pill (white Michael Kiske and Mike Orlando)
KORN
New Metal em noite de festa e coro de "olê, olê, olê, olê...Kornêê, Kornêê..."
As imagens podem ter direitos autorais.
GOJIRA
Metal com atitude ecológica
Em sua
segunda passagem pelo Brasil, a primeira foi no Monster Of Rock 2013, a banda
francesa Gojira, representante da nova geração do death metal progressivo,
abriu com força a noite do metal no palco mundo. A leveza das melodias com
temáticas em defesa do meio ambiente é a atitude que contrasta com o peso
sonoro da banda que tem nos irmãos Duplantier o seu foco: o baterista Mario
Duplantier é o perfeccionismo e o vocal Joe Duplantier é a personalidade performática.
Aliás, Joe fez questão de estar mais próximo do público, ele andou pelos
corredores no meio da multidão. Em cerca de
uma hora eles levaram muito peso passando pelos cinco álbuns da banda.
Setlist
Ocean
The Axe
Heaviest
Backbone
Love / Rememb
L'Enfant
Intro - Flying
Solo MD
Oroborus
Vacuity
Gift
ROYAL BLOOD
Dupla Surpresa
O duo britânico formado por baixo e bateria, a
surpresa do Festival, segurou bem a multidão que aguardava o headliner da
noite, o Metallica. Mike Kerr baixista e vocal do duo em entrevista ao portal
de notícias G1, fez uma comparação entre culinária e música, para ele assim
como é possível fazer bolo sem batedeira, também é possível que o rock exista
sem seu astro maior a guitarra. Na segunda noite de Rock In Rio no palco mundo
ele e o baterista Ben Thatcher provaram que sim, é possível. Com um único álbum homônimo lançado em 2014, a
cada faixa executada eles alternavam o som, horas denso, horas pesado. Pedais
diversificados e afinações entre graves e agudos apoiados por uma mistura sem
muito mistério a do pedal trocado, o som do baixo na maioria das vezes saindo
no amplificador da guitarra pra soar mais agudo e distorcido e, em outros
momentos de mais peso, pra fazer com que a pancadaria role, os amplificadores
do baixo e da guitarra são abertos simultaneamente. Mas é claro que não se pode
simplificar a qualidade de Mike Kerr como baixista. A base do som do Royal
Blood é composta pela forma como ele explora todos os recursos do instrumento.
A bateria é que parece manter a mesma base marcada em todas as músicas com
poucas variações. A soma disso tudo é que dá a impressão de uma banda completa.

Momentos hilários: Mike Kerr em tempos de alta tecnologia, puxando o cabo do baixo pra ver até onde ele poderia ir na passarela e chegar mais perto do público. O baterista Ben Thatcher deixa Mike Kerr no palco em dois momentos solos pra dar um moche na galera. O problema é que alguém precisa ensinar pra ele como dar o moche. No final, a quebradeira rolou, típica de banda garage hard rock com introdução de "Iron Man" do Black Sabbath, uma das fontes inspiradoras do duo que passou pela prova de fogo e, de quebra, conquistou o respeito da massa.
Setlist
Come on Over
Cruel
Figure it out
Better Stranger
Little Monster
Blood hands
One Trick Pony (cover T-Rex)
Ten Tonne Skeleton
Loose change
Out of the black
Introdução rifada de Iron Man (cover do Black Sabbath)
Introdução rifada de Iron Man (cover do Black Sabbath)
MOTLEY CRUE
Hora da despedida
Os
californianos do Motley Cure entraram no palco mundo com o pé na porta, por
assim dizer, abrindo o show com o maior hit da banda "Girls, Girls,
Girls" e, suas garotas de shortinhos sensualizando no palco. Maior símbolo
do Glam Rock americano dos anos 80, o Motley Cure apresentou no palco mundo do
Rock In Rio, provavelmente, o último show de sua carreira aqui no Brasil.
A
"The Last Final Tour" ou Turnê de Despedida encerra uma carreira com
mais de 30 anos de estrada e muitas tretas no caminho da banda de Tommy Lee,
Nikk Sixx, Mick Mars e Vince Neil, os formadores do Motley Cure. Dá pra perceber que a banda nessa despedida está
aproveitando ao máximo cada momento e resgatando no palco o que eles produziram
de melhor ao longo dos anos. Por isso, o setlist mais focado nas faixas dos primeiros
álbuns da década de 80, sua melhor fase.
A cada
show o fim fica mais próximo. Pensando nisso, quantas lembranças terão se
passado na cabeça do emocionado vocalista Vince Neil que veio as lágrimas
diante da multidão que cantou com ele no bis a balada "Home sweet
home", com direito à Tommy Lee ao piano fechando com chave de ouro a
derradeira apresentação do Motley por aqui. Ficaram
para traz os tempos de loucura, drogas, prisões, brigas. Agora para os já
saudosistas do ícone do glam rock oitentista é hora de celebrar.
Setlist
Girls,
Girls, Girls - 1987
Wild Side
- 1987
Primal
Scream - 1999
Same Ol'
Situation - 1989
Don't Go
Anyway Mad - 1989
Smokin in
the boys room - 1985
Looks
that kill - 1983
Anarchy
in the U.K. (cover Sex Pistols) - 2006
Shout at
the Devil (introdução) - 1983
(Short
guitar solo)
Saints of
Los Angeles - 2008
Live Wire
- 1981
Dr Feelgood - 1989
Kick start my heart - 1989
Home sweet home - 1985
Kick start my heart - 1989
Home sweet home - 1985
METALLICA
Figura
fácil no line-up do Rock In Rio em suas últimas edições, seja aqui ou na
gringa, dessa vez o Metallica foi visto de forma diferente. Ao menos pelos 100
felizardos sorteados pelo fan-clube da banda aqui no Brasil para ver o show do
palco. Com uma produção menor, com menos efeitos em
relação a sua última passagem por aqui, os fãs no fundo do palco acabaram sendo
uma atração à mais do show. Diante da
expectativa e da espera durante o dia inteiro do público que enfrentou um dos
dias mais quentes do ano no Rio de Janeiro, com pouco mais de 20 minutos de
show, algo tinha que acontecer pra tentar esfriar o ânimo dos fãs e da banda.
Pequenas falhas de som começaram a ocorrer até que a guitarra de Kirk Hammet
falhou e ele se virou imediatamente com cara de poucos amigos para a equipe de
produção do palco, um minuto depois começa a pipocar falhas no microfone de
James Hetfield, já dava pra notar um certo desconforto no palco. Por fim, com
quase 25 minutos da apresentação do Metallica vem o apagão de som e luzes que
obrigou a banda a sair do palco por cerca de 5 minutos, diante do olhar atônito
de todos que não sabiam o que poderia estar acontecendo.
Logo depois eles retornam com James e seu
vozeirão cantando "The Unforgiven" para delírio da multidão, sem
"passar recibo e nem comentários em cena. Olhares mais atentos e
sensíveis, podiam sentir que a tensão permaneceu presente até o final do show. A assessoria do Festival divulgou nota
informando que o problema ocorreu devido a "desconexão da linha de saída
de som entre a mesa da banda e a do festival".
Pra não ficar na mesmice dos últimos anos, já
que essa era a terceira participação consecutiva deles no evento e, terceira
passagem pelo Brasil desde o Rock In Rio 2013
e a turnê "Metallica by request", apresentação única no estádio do
Morumbi em São Paulo 2014, eles fizeram o que era possível, alteraram a ordem das músicas, incluíram "King
nothing", "Turn the page" cover de Bob Seger, boa versão mas que
não empolgou o público, "Frayed ends of sanity" de 1988 uma raridade
nos shows da banda e, com exceção do controverso "St Anger" de 2003,
rolaram músicas de todos os álbuns, principalmente, do excepcional "Black
Álbum". Outro trunfo contra a mesmice foi arriscar sonoridades diferentes
em alguns clássicos . Muito pouco pra uma banda do calibre do Metallica.
Após anos
de estrada parece que eles resolveram relaxar. É difícil, mas é preciso dizer o
que era visível, mesmo sendo o Metallica. A
impressão é de uma banda cansada, dispersiva, até o batera Lars Ulrich, que
sempre foi o coração pulsante da banda, não mostrava a mesma energia. Cruel,
mas era a imagem da apatia, de uma certa "preguiça".Talvez a
apatia se explique pela falta de um álbum de inéditas, o último foi em 2008.
Algumas bandas são tão "monstruosamente" boas, que dar a elas um
rótulo é uma atitude medíocre. O Metallica é uma dessas bandas. Seus
integrantes vão além do "heavy metal" pela sua qualidade como
músicos. A qualidade sonora do conjunto, músicos, arranjos, letra e melodia,
além do carisma de palco, a tal "faca nos
dentes", doses de guitarras metralhadoras, sempre foram a base que forma o
Metallica. Ao longo dos últimos anos, sua força tem sido sua playlist. E, é por
isso, que o Metallica sempre oferece mais do mesmo e continua sendo seguido por
uma legião de fãs aqui e mundo à fora, com muita segurança. Mas, isso precisa
mudar, antes que eles se tornem
"cover" de si mesmos.
Setlist
Fuel
(Bells)
For Whom The Bell Tolls - 1984
...No
Doodle ...
Battery
King
Nothing
Ride The
Lightning
...Kirk's
Doodle ...
...
Unforgiven Tape ...
The Unforgiven
The Unforgiven
Cyanide
Wherever
I May Roam
Sad But
True
Turn The Page
The Frayed Ends Of Sanity - 1988
One
Master of Puppets
Fade to Black
Seek & Destroy
Whiskey In The Jar
Nothing Else Matters
Enter Sandman
The Frayed Ends Of Sanity - 1988
One
Master of Puppets
Fade to Black
Seek & Destroy
Whiskey In The Jar
Nothing Else Matters
Enter Sandman
PALCO SUNSET
O encontro pacífico
do Heavy com o New Metal
Noite de muito peso no palco sunset.
Noturnall+Michael Kiske, Angra + Dee Snider e Doro Pesch, o som industrial
sombrio do Ministry+Burton C. Bell e o headline da noite, Korn.
NOTURNALL
O Noturnall banda brasileira recém formada que
tem o dicidente do Angra o baterista Aquiles Priester, foi a primeira a se
apresentar no palco sunset com o convidado
especial Michael Kiske, ex-vocalista do Helloween, que deu uma canja aos fãs ao
cantar "I want out" hit de sua ex-banda e, suas "zumbis
dançarinas de poli dance". O vocalista Thiago Bianchi surpreendeu o
público ao convidar a mãe, a também vocalista Maria Audete, para cantar
"Woman In Chains" cover do Tears For Fears.
Setlist
Fake Healers
Zombies
Fight The System
Noturn At All
Woman In Chains (cover Tears For Fears - white Maria Odette Bianchi)
Cowboys From Hell (cover Pantera)
Noturnal Human Side
Exceptional (cover Unisonic - white Michael Kiske and Mike Orlando)
Sugar Pill (white Michael Kiske and Mike Orlando)
Bis
I Want Out (cover Helloween - white Michael Kiske and Mike Orlando)
I Want Out (cover Helloween - white Michael Kiske and Mike Orlando)
ANGRA
O sol ainda brilhava forte quando o Angra começou
seu show no palco sunset no segundo dia de rock in rio. Tendo a frente nos
vocais o italiano Fabio Lione, eles saúdam o público com "Newborn me"
do álbum Secret Garden lançado
em 2014. Um show curto, porém, repleto de emoção. Teve a despedida do
guitarrista Kiko Loureiro que está indo para o Megadeth e a apresentação do seu
substituto Marcelo Barbosa. Juntos, dividindo as atenções no palco, eles
mandaram o clássico da banda "Carry on" e "Nova Era". Aos
fãs do heavy metal e do hard rock que já se aglomeravam em grande número diante
do palco sunset, eles presentearam com as participações da alemã Doro Pesch,
chamada de rainha do metal, cantando "Crushing
room" também do álbum Secret Garden. E a participação mais do que especial
de Dee Snider líder do Twisted Sister, banda de hard rock de visual
espalhafatoso, importantíssima dos anos 80 cantando juntos dois hits da banda:
"I wanna rock" e "We're not a gonna take it", agitando as
primeiras rodas de pogo do dia.
Setlist
Intro/Newborn
Me
Nothing
To Say
Waiting
Silence
Final
Light
Lisbon
Crushing
Room (Doro Pesch)
Rebirth
Intro/Carry
On/Nova Era
I Wanna Rock (Dee Snider Twisted Sister)
We'Re Not Gonna Take It (Dee Snider Twisted Sister)
We'Re Not Gonna Take It (Dee Snider Twisted Sister)
MINISTRY
Na ativa desde os anos 80, o metal industrial,
sombrio, de guitarras pesadas, distorções eletrônicas e letras ásperas
do Ministry não é para ouvidos sensíveis e amadores. Terceira atração
do palco sunset, ao entrar e ficar cara à cara com o público, o excêntrico
vocalista Al Jorgensen deu o tom do que esperar deles. Com visual de bata
colorida, dreadlocks, piercings por todo o rosto, máscara de gás e, bengala com
caveira na ponta, diante do seu pedestal de microfone decorado com ossos e um
crânio, ele abre o show com o pé na cara, "Hail To His Majestic" é
cheia de ofensas e expressão sobre experiência de sexo oral. O show segue
focado em faixas do seu último álbum "From Beer to Eternity" de 2013
e outras do álbum "Houses of the Molé" de 1992, que mostra o lado
profundamente crítico e politizado dos americanos com participação de Burton C.
Bell vocal do Fear Factory como em "Way of life". Caos, anarquia,
insanidade tudo faz parte do universo da banda bem explícito na figura do seu
"frontman". Obscuro, se assustou, ou não entendeu a festa dos fogos
de artifício que anunciavam a abertura do palco mundo. Cuspiu várias vezes no
chão e no público, ao qual incitou a enlouquecer e entrar na pilha das imagens
de guerras, políticos, drogas e violência exibidas no telão. Após uma hora, com
microfone atirado ao chão e ares de desprezo, chegava ao fim a apresentação do
principal nome do metal industrial.
Setlist
Hail To His Majestic
Punch In The Face
Permawar
Fairly Unbalance
Rio Grande Blood
Lies, Lies, Lies
Waiting
Worthless
N.W.O.
Just One Fix
Thieves
So What
Just One Fix
Thieves
So What
KORN
New Metal em noite de festa e coro de "olê, olê, olê, olê...Kornêê, Kornêê..."
Show com cara de palco mundo que levou o maior
público para o palco sunset. Tradicionalmente denso, com os graves do baixo
estilizado de cordas verde e amarelo de Reginald Arvizu no último volume unido
a pulsação vigorosa do batera Ray Luzier, as guitarras gritantes cheias de peso
de Brian Welsh e James Shaffer somadas a voz alternada de Jonathan Davis entre
falsete e gutural, resultaram no melhor show do sunset até aquele momento. A
cada som executado, aumentavam as rodas de pogo. O show em sua maior
parte, celebra os quatro primeiros álbuns da banda pioneira do new metal entre
os anos de 1994 e 1998.
Apoiado
ao seu já famoso pedestal de microfone em forma de corpo feminino nu, o
introspectivo Davis, surpreendentemente, se mostrou muito à vontade com o
público do rock in rio. Enquanto cantava agitava a multidão pedindo mãos pra
cima e palmas. Quando pegou sua gaita de fole escocesa pra tocar já se
aproximando do final da apresentação foi um delírio. O hit "Freak on a
Leash" que catapultou o Korn para o mundo, encerrou o show que teve muita
bateção de cabeça e pogo. Em tempo: diferente dos
compatriotas do Ministry, eles viram a queimação de fogos que fechou os
trabalhos do palco sunset sem nenhuma estranheza ou susto.
Setlist
Blind -
1994
Ball
Tongue - 1994
Need To -
1994
Clown -
1994
Here To
Stay - 2002
Coming
Undone - 2005
Did My
time - 2003
Got The
Life - 1998
Shoots and Ladders - 1994
Shoots and Ladders - 1994
Somebody
Someone - 1999
Falling
Away From Me - 1999
Freak on a Leash - 1998As imagens podem ter direitos autorais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário